Inteligência artificial estima frequência de efeito colateral de medicamento

Inteligência artificial estima frequência de efeito colateral de medicamento

Pesquisadores da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV EMAp) desenvolveram um método computacional que prevê a frequência dos efeitos colaterais provocados por medicamentos em desenvolvimento. O estudo contou com a colaboração de cientistas das universidades de Stanford e Yale, nos Estados Unidos, revelou o Correio Brasiliense.

O estudo inédito, desenvolvido pelo professor Alberto Paccanaro e pelo pesquisador pós-doutorado em Ciência de Dados Diego Galeano, da FGV EMAp, pode ajudar laboratórios farmacêuticos a reformular a elaboração de novos medicamentos e conduzir com mais eficiência os testes clínicos em seres humanos. A ideia dos pesquisadores é aumentar a precisão dos estudos de medicamentos em desenvolvimento e preservar vidas de voluntários, além de diminuir os custos de produção.  

No desenvolvimento da inteligência artificial (IA), os pesquisadores contaram com a colaboração dos cientistas Shantao Li, da Universidade de Stanford, e Mark Gerstein, da Universidade de Yale.

Com cerca de quatro anos, o estudo desenvolvido pelos pesquisadores da FGV EMAp permite identificar, logo nas fases iniciais, um grupo maior de efeitos colaterais, além de determinar a sua frequência. Além disso, segundo Alberto Paccanaro, como o custo com testes de medicamentos é alto e coloca a vida de pessoas em risco, a inteligência artificial racionaliza a aplicação de recursos financeiros.

“As fases de testagem são três e, a cada avanço, novas pessoas são incluídas. São milhares de indivíduos que colocam sua saúde e vida em risco”, afirmou Paccanaro ao Correio Brasiliense, acrescentando que, apenas nos Estados Unidos, entre 1999 e 2016, mais de 120 mil cidadãos morreram devido aos efeitos colaterais.

O método tradicional utilizado para rastrear efeitos colaterais é feito depois da análise experimental com milhares de voluntários de todos os grupos de idade. Ainda sim, alguns medicamentos só demonstram reação adversa quando já estão no mercado, dizem os cientistas.

Já o procedimento criado pelos pesquisadores brasileiros viabiliza um uso menor de voluntários, além de reduzir os custos dos testes. Permite, também, segundo eles, a predição dos efeitos colaterais da droga testada, e os classifica em cinco categorias, que vão de ‘muito raro’ a ‘muito frequente’. Diego Galeano explica que as reações só são identificadas quando há testes em humanos, que têm reações diferentes.

“Se testarmos uma droga na América, em pessoas latinas, e depois a mandarmos para a África, esta população pode apresentar reações que não foram vistas nos latinos”, explicou Galeano ao jornal.

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A inteligência artificial se baseia em efeitos colaterais conhecidos, que outras drogas também apresentaram, para criar a melhor estratégia de testes. Dessa maneira, há a possibilidade de se obter uma previsão dos prováveis efeitos em um grupo de pessoas.

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“Logo na primeira fase do teste clínico, conseguimos identificar os primeiros efeitos colaterais. O programa vai usar esses dados obtidos na primeira fase, assim como vários outros que temos de distintos medicamentos. Essa quantidade de informações possibilita uma direção para os testes clínicos. Conseguimos saber se ele pode apresentar sintomas leves, como dor de cabeça; moderados, como náuseas e coceiras; ou até reações mais graves, como paradas cardíacas e acidentes vasculares cerebrais”, revelou Galeano.

O estudo também contribui para a redução de custos dos desenvolvedores dos medicamentos. “A identificação antecipada de sérios efeitos adversos evita atrasos ou falhas nos ensaios clínicos devido a reações não esperadas”, frisa Galeano, lembrando que o processo também auxilia agências reguladoras e instituições governamentais durante a produção.

“Ainda temos um fator econômico a ser levado em consideração. Essas pessoas adoecem e precisam ir ao hospital ou morrem, e isso gera milhões e até bilhões de gastos. Quando chega a esse ponto, a droga precisa ser retirada de circulação, um processo é extremamente caro”, salientou Galeano. “Mas o nosso principal objetivo com esse estudo é evitar os números que vimos nos Estados Unidos em 17 anos. Muita gente morreu devido a efeitos colaterais desconhecidos”, finalizou.

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