A holding do grupo Fujifilm anunciou que um estudo em estágio avançado de seu antiviral Avigan (favipiravir ou favilavir) mostrou que a droga reduziu os tempos de recuperação para pacientes com sintomas não graves do novo coronavírus (SARS-COV-2), aumentando as expectativas de aprovação regulatória no Japão, informou a agência Reuters.
De acordo com os testes clínicos de Fase 3 do medicamento, realizados com 156 pacientes no Japão, os que foram tratados com Avigan melhoraram após 11,9 dias, contra 14,7 dias para um grupo de placebo. Os resultados do estudo, conduzido pela subsidiária Fujifilm Toyama Chemical, foram “estatisticamente significativos”, revelou a empresa em comunicado.
Diminuir o tempo de recuperação, segundo os cientistas, reduz o risco de complicações nos doentes e diminui significativamente a probabilidade de que o paciente transmita o vírus. Além disso, a eficácia do medicamento contribui para evitar que acometidos com Covid-19 evoluam de estágios clínicos leves para mais graves ou críticos da doença.
Os resultados positivos também abrem a possibilidade de tratar pacientes com casos leves ou moderados no ambiente ambulatorial, o que poderia ajudar a desacelerar a disseminação da pandemia, dizem os especialistas.
Um dos objetivos do estudo foi avaliar a recuperação da pneumonia e dos sintomas de Covid-19. Foram monitoradas a temperatura, a saturação de oxigênio e as imagens de tomografia computadorizada dos pulmões dos pacientes. O tempo para o alívio dos sintomas foi avaliado entre a primeira administração do medicamento (ou placebo) e o momento em que os sintomas provocados pelo SARS-COV-2 se tornaram indetectáveis.
De acordo com o fabricante, Avigan atua no RNA dos vírus, inibindo a sua capacidade de replicação. O medicamento tem passado por dezenas de testes em todo o mundo, mas permanecem preocupações sobre os defeitos de nascença que o produto causou em estudos com animais.
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O Avigan foi desenvolvido pela Fujifilm Toyama Chemical nos anos de 1990 como um medicamento contra a influenza. Em julho, a Fujifilm vendeu os direitos globais da Avigan para o Laboratório Dr Reddy's, na Índia. Já disponível genericamente em muitos países sob o nome de favipiravir, o medicamento já foi aprovado para tratar a Covid-19 na Índia e na Rússia, segundo apurou a Reuters.
Com o anúncio dos bons resultados do medicamento, as ações da Fujifilm subiram mais de 4% em Tóquio, atingindo o nível mais alto em quatro meses, revelou a Reuters. O ex-primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, que renunciou ao cargo recentemente, já havia elogiado o potencial do Avigan como a contribuição do Japão para uma corrida global por tratamentos contra o novo coronavírus. O governo pediu à empresa que triplicasse os estoques nacionais do produto.
A Fujifilm disse no comunicado à imprensa que iria realizar uma análise mais aprofundada dos dados do ensaio e buscar a aprovação do medicamento para uso contra Covid-19 já em outubro. Esta semana, o jornal Nikkei citou fontes do ministério da Saúde japonês afirmando que a aprovação poderia ser concedida dentro de um mês após o recebimento do pedido.
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