Desde o começo da pandemia, muitas possíveis sequelas que o novo coronavírus (Covid-19) pode deixar em algumas pessoas que se recuperam da doença estão sendo analisadas. Agora, surge uma nova possibilidade: a queda de cabelo.
Esse potencial dano tem sido discutido por muitos especialistas, grupos e entidades. Um exemplo disso pode ser visto no Registro de Dermatologia Covid-19, nos Estados Unidos, que é um banco de manifestações dermatológicas onde há um crescente número de relatos de pessoas falando que tiveram queda de cabelo após a recuperação.
Outro exemplo pode ser checado nos relatos de vários membros do grupo de apoio do Facebook Survivor Corps, em que pessoas discutiram, recentemente, sobre a perda de cabelos após a fase aguda da infecção. Segundo a médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Paola Pomerantzeff, essa situação pode ser ocasionada por muitos fatores.
“A perda de cabelo é um fenômeno bem descrito após qualquer estresse fisiológico no corpo. Embora ainda não tenhamos um estudo científico sobre o assunto, essa queda pode estar ligada ao estresse físico e psicológico que os pacientes vivenciaram com a infecção", disse ela, em entrevista publicada no portal ParanaShop.
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De acordo com a médica, essa queda pós-Covid-19 também pode estar ligada ao eflúvio telógeno, condição reversível em que as pessoas apresentam uma queda excessiva de cabelo após uma infecção, evento físico ou emocional estressante.
“Cerca de 85 a 90 por cento do cabelo de uma pessoa saudável está na fase anágena ou no estágio ativo de crescimento. O resto do cabelo está em uma fase de repouso, também conhecida como fase telógena. A queda do cabelo é normal, pois, o cabelo permanece na fase anágena por cerca de dois a quatro anos, depois vai para a fase telógena, em que cai para ser substituído por novos”, afirma Paola.
Ela completa: “Na condição chamada eflúvio telógeno, mais fios de cabelo entram na fase de repouso, resultando em mais queda de cabelo, principalmente da parte superior do couro cabeludo. Alguns dos fatores que podem causar essa condição incluem cirurgia de grande porte, estresse significativo, trauma físico, perda extrema de peso ou mudanças repentinas na dieta, febre alta ou doença grave, alterações hormonais repentinas, hipotireoidismo, hipertireoidismo e deficiência de ferro, entre outros”, acrescenta.
O que fazer?
Paola explica que uma nutrição adequada pode ajudar, especialmente, se for à base de alimentos ricos em ferro, proteínas, vitamina C e vitamina D. Além disso, a médica ressalta que suplementos para queda de cabelo podem ser um reforço.
Contudo, ela orienta que é necessário procurar um especialista antes de qualquer medida: “Quando os pacientes apresentam queda de cabelo importante, com ou sem outros sintomas, como sensação de queimação no couro cabeludo [por exemplo], eles precisam ser avaliados por um dermatologista”, finaliza.
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