Estudo denominado CLL14, publicado na terça-feira (1/9) na revista britânica The Lancet Oncology, revelou que pacientes que receberam uma combinação dos medicamentos venetoclax e obinutuzumabe apresentaram taxas maiores de sobrevida, sem progressão da doença, comparativamente a outras terapias.
Os pacientes com leucemia linfocítica crônica (CLL, na sigla em inglês) que receberam por um período fixo venetoclax e obinutuzumabe combinados apresentaram taxas maiores de sobrevida, sem progressão da doença, por pelo menos 24 meses, após o fim do tratamento, conforme revelou o VivaBem Uol.
De acordo com os pesquisadores, a taxa de sobrevida livre de progressão mais longa estimada foi de 81,9% nos pacientes tratados com venetoclax e obinutuzumabe, ante 49,5% no grupo tratado com clorambucil e obinutuzumabe. Esses resultados indicam uma opção de tratamento de duração limitada para pacientes com leucemia linfocítica crônica não tratada previamente.
O CLL14 é um estudo multicêntrico, randomizado, aberto, de fase 3, realizado em 196 centros de 21 países. Foram selecionados 432 pacientes aleatoriamente, que tinham acima de 18 anos, além de leucemia linfocítica crônica. Todos eles estavam há pelo menos 24 meses sem tratamento.
Esses pacientes receberam venetoclax juntamente com obinutuzumabe durante alguns períodos fixos. Já outros doentes receberam clorambucil mais obinutuzumabe. Todos eles foram acompanhados ao longo de três anos.
Durante o estudo, os efeitos colaterais graves mais frequentes nos pacientes que receberam venetoclax em combinação com obinutuzumabe ou rituximabe foram pneumonia, sepse, neutropenia febril e síndrome de lise tumoral (SLT). Já as reações comuns foram neutropenia (contagem anormalmente baixa de um tipo de glóbulos brancos), diarreia e infecção do trato respiratório superior.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
A leucemia linfocítica crônica, segundo o Instituto Oncoguia, é um câncer de progressão lenta no sangue e na medula óssea em que algumas células brancas do sangue chamadas linfócitos B se tornam cancerosas e se multiplicam de forma anormal. Ela é um dos principais tipos de leucemia que progride lentamente. De acordo com dados deste ano do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que ocorram 10,8 mil novos casos da doença no Brasil. Nos Estados Unidos, a LLC soma mais de 20 mil novos casos a cada ano.
De acordo com o Oncoguia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado em janeiro o uso de venetoclax em combinação com obinutuzumabe para terapia de pacientes com LLC, sem tratamento prévio. A combinação também já tinha sido considerada um ‘tratamento revolucionário’ pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos.
Participe também: Grupo de WhatsApp e telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.