Estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute, em 11 de agosto de 2020, sugere que idosos que consomem aspirina, diariamente, mesmo que seja em pequenas doses, têm riscos de desenvolver câncer, ou até mesmo acelerar um processo já em evolução da doença, podendo vir a óbito. As informações foram divulgadas por meio da coluna Viva Bem, do UOL.
Na pesquisa, 19.114 participantes australianos e americanos com mais de 65 anos, sem doença cardiovascular, demência ou deficiência física foram avaliados durante um período de, em média, 4 anos e 7 meses. Desse total, uma parcela recebeu um placebo e outra fez uso da aspirina, em pequenas doses diárias de 100 mg. O resultado da análise apontou que houve 981 casos de câncer no grupo que tomou o medicamento, enquanto 952 entre os que consumiram placebos.
Mesmo não tendo tido uma diferença em termos de estatística, o uso diário da aspirina foi associado a um maior risco de desenvolvimento de câncer, além de aumento nas chances de risco de morte por meio da doença.
"As mortes foram particularmente altas entre aqueles que receberam aspirina e foram diagnosticados com cânceres sólidos avançados, sugerindo um possível efeito adverso da aspirina no crescimento dos cânceres, uma vez que eles já se desenvolveram em adultos mais velhos", disse o autor sênior do estudo, Andrew T. Chan, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, nos Estados Unidos.
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Nesse sentido, os dados divulgados por meio do estudo sugerem que a aspirina acelera a progressão do câncer, caso seu uso seja realizado em excesso, ainda que seja em pequenas doses. Por isso, os pesquisadores recomendam que sua administração seja realizada com cautela em idosos, principalmente, naqueles que já apresentam histórico de câncer.
Outros estudos
Nos últimos anos, têm se discutido a ação da aspirina na defesa de idosos contra a demência, o declínio cognitivo e o câncer. No entanto, uma publicação, em março de 2020, divulgada por meio do Neurology Journals apresentou dados que desmistificam algumas dessas hipóteses.
Nessa iniciativa foram analisados os mesmos participantes do estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute. Os resultados da pesquisa, que durou 4 anos, demonstraram que a aspirina não protegia os idosos do declínio cognitivo e da demência.
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