Na primeira quinzena de junho, a Rússia deverá disponibilizar seu primeiro medicamento aprovado para o tratamento do novo coronavírus (Covid-19). A substância é um antiviral, registrado com o nome Avifavir, que poderá ser usado na terapia de pacientes infectados pelo vírus. A informação foi divulgada pela agência Reuters e confirmada pelo chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF, em sigla original), Kirill Dmitriev.
Segundo Dmitriev, os pesquisadores russos modificaram o medicamento, que inicialmente foi desenvolvido para tratar outros tipos de vírus, para que ele fosse utilizado no tratamento da Covid-19. Ele ainda destacou que dentro das próximas semanas mais informações sobre o processo serão divulgadas à imprensa.
Por hora, a única informação fornecida por Dmitriev foi que testes clínicos com o medicamento foram realizados em cerca de 330 pessoas. Segundo ele, as pesquisas teriam mostrado que a substância foi eficaz no tratamento da doença, sendo que, na maioria dos casos, os pacientes melhoraram após quatro dias de terapia com o uso do fármaco.
No entanto, os testes devem ser concluídos dentro de alguns dias, contudo, o Ministério da Saúde daquele país aprovou o uso do medicamento graças a um processo acelerado especial, já que a fabricação da substância começou em março de 2020.
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O Avifavir, conhecido pelo nome genérico de favipiravir, foi desenvolvido, inicialmente, nos anos 1990 por uma indústria farmacêutica japonesa que, posteriormente, acabou sendo adquirida pela Fujifilm, logo após a companhia migrar para o setor de saúde e ampliar os seus negócios.
De acordo com o chefe do RDIF, a empresa farmacêutica responsável pelo medicamento irá fabricar uma quantidade suficiente para tratar cerca de 60 mil pessoas por mês, infectadas pelo novo coronavírus.
Japão também estuda o medicamento
Além da Rússia, outro país que está apostando no Avifavir é o Japão. Lá, o fármaco é conhecido como Avigan. Em território japonês, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, concedeu o equivalente a 128 milhões de dólares de financiamento estatal para a substância, mas ainda não aprovou seu uso para os japoneses.
Outros medicamentos
Vale lembrar que, em 7 de março, o Ministério da Saúde do Japão também autorizou a utilização do antiviral Remdesivir, desenvolvido pela companhia farmacêutica americana Gilead Sciences, para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. A medida aconteceu logo após a Food and Drug Administration (FDA) liberar a utilização do medicamento nos Estados Unidos, em caráter emergencial, no tratamento dos casos graves da doença.
Apesar de ter sido desenvolvido, inicialmente, para tratar pacientes com febre hemorrágica ebola, o fármaco nunca havia sido aprovado para o tratamento de nenhuma doença grave, antes da Covid-19. A iniciativa de utilizar o produto no combate ao novo coronavírus surgiu após uma pesquisa divulgada pelo National Institute for Allergy and Infectious Diseases (NIAID) afirmar que o Remdesivir foi capaz de reduzir o tempo de recuperação de pacientes infectados pelo vírus em até quatro dias. Contudo, o estudo não encontrou diferença estatística significativa em relação à taxa de mortalidade.
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