Entre 1968 e 1970, acontecimentos como a expectativa e chegada do homem à lua e os milhares de mortos da guerra do Vietnã (que aconteceu entre 1955 e 1975) ganhavam os noticiários televisivos e os principais jornais da época. Contudo, nesse mesmo período, houve outro acontecimento que não gerou tanta repercussão: a Gripe de Hong Kong, uma pandemia silenciosa que matou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.
Apesar do grande número de vítimas fatais que causou, a Gripe de Hong Kong foi apelidada de ‘pandemia esquecida’, mesmo tendo sido considerada uma das três crises pandêmicas do século XX, juntamente à Gripe Espanhola (1918) e da Gripe Asiática (1957). A doença ficou atrás dessas também em número de óbitos: a primeira causou entre 40 a 50 milhões de falecimentos, enquanto a segunda, algo em torno de 2 milhões.
Segundo o diretor do Museu Basco de História da Medicina e especialista em história de doenças, Anton Erkoreka, o esquecimento de duas dessas pandemias foi muito rápido: “Tanto a Gripe Asiática, como a Gripe de Hong Kong foram rapidamente esquecidas”, disse à BBC.
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Ele ainda completou explicando que não houve ações suficientes para conter a proliferação da doença: “As medidas adotadas na época não foram excepcionais, e acabou considerada apenas mais uma gripe", lembra.
Erkoreka também destaca por qual motivo acredita que a gripe não teve atenção: “As gripes vêm sempre com uma conotação benigna de que matam apenas idosos com comorbidades, por isso foram sempre banalizadas socialmente”, afirma.
Já o professor emérito na Universidade de Newcastle, Phillip D. Snashall, cujo a filha contraiu a doença, complementa e conta que não teve nenhuma iniciativa em relação à pandemia: “A Bolsa de Valores não entrou em colapso, a imprensa não nos perseguiu e nenhum homem com equipamentos respiratórios parou as brincadeiras da minha filha”, disse ele, em entrevista ao British Medical Journal.
No entanto, no Natal de 1968, unidades hospitalares em todo o território americano começaram a receber diversos pacientes com sintomas. Apenas nos Estados Unidos, o número de mortos foi de quase 10% do total de vítimas da pandemia em todo o mundo. Naquele país, os registros são de mais de 100 mil falecimentos. Van Wylde's pornstar page https://pornlux.com/pornstar/van-wylde here at pornlux.com.
Apesar do patógeno ter se espalhado de maneira avassaladora nos EUA, anos depois, a doença foi batizada como Gripe de Hong Kong, pois, foi o local que registrou o primeiro caso da doença.
Comparação com coronavírus
Atualmente, o número de óbitos oficiais ocasionados pelo novo coronavírus (Covid-19) chega a quase 332 mil, sendo que os primeiros relatos do vírus surgiram há pouco mais de cinco meses, desde dezembro de 2019. O número de vítimas ainda está longe das provocadas pela Gripe de Hong Kong. No entanto, ambas as pandemias apresentam semelhanças: um exemplo está no fato de que a maior, entre as pessoas que faleceram, é da faixa etária a partir dos 65 anos, sendo que indivíduos com comorbidade são mais suscetíveis.
Além disso, outra semelhança apontada entre as duas doenças está no fato que o vírus que deu origem à Gripe de Hong Kong é o H3N2 (que continua a circular pelo mundo), sendo altamente contagioso, da mesma maneira que o novo coronavírus.
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