Em tempos de pandemia, equipamentos de produção individual (EPIs) têm sido muito utilizados e procurados em território nacional. Na sexta-feira (03/04), o Governo brasileiro afirmou que vai comprar 240 milhões de máscaras da China em caráter emergencial. Nos próximos dias, essa demanda deve aumentar, pois, apesar da Organização Mundial de Saúde (OMS) já ter recomendado o uso do utensílio apenas para pessoas com sintomas e profissionais de saúde, outras autoridades em saúde, como o Ministério da Saúde (MS), passaram a indicar o produto (na versão caseira) para a população em geral.
Em entrevista coletiva na quarta-feira (01/04), o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou que a população, em geral, utilize máscaras caseiras ao sair de casa. Nesse sentido, o pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Elie Fiss, explicou que as orientações podem mudar de acordo com o avanço da pandemia.
“Quando tínhamos poucos infectados, não fazia sentido todo mundo andar de máscara. Mas, agora, o número de casos cresceu e sabemos que boa parte deles é assintomático”, explicou o médico, em entrevista ao site Bem Estar. Contudo, com as novas diretrizes é importante que, inclusive, estabelecimentos que comercializam esses produtos, como farmácias, por exemplo, estejam cientes dos benefícios do produto que estão oferecendo à população.
Melhor material caseiro
Nesse sentido, uma pergunta que fica no ar é: qual o melhor material para fazer uma máscara caseira contra o novo coronavírus?
Antes de tudo, é preciso explicar que especialistas são unânimes em afirmar que cobrir o rosto com tecidos diferentes pode reduzir, significantemente, as partículas com vírus que estão saindo por meio de tosses e espirros de uma pessoa infectada, entretanto, impedir a entrada de doenças já exige uma análise mais profunda.
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De acordo com uma matéria publicada no New York Times, entre um tecido e outro há diferenças quando a questão é proteção contra o vírus causador da Covid-19. Segundo o veículo, testes realizados nos Estados Unidos mostraram que filtros de ar, sacos de aspirador de pó, fronhas com mais de 600 fios e tecidos semelhantes aos pijamas de flanela cumprem bem a tarefa de proteger quem não está infectado pelo vírus.
No entanto, a recomendação é que alguns filtros sejam envelopados em outros tecidos, já que podem soltar fragmentos de pequenas fibras que ao serem inaladas podem ser nocivas à saúde humana.
Outros tipos de filtros que apresentaram bons resultados foram os de café, que tiveram uma performance mediana em relação à proteção contra o novo coronavírus. Já materiais de lenços e bandanas tiveram baixo desempenho, entretanto, conseguiram capturar uma pequena quantidade de partículas.
No estudo, os pesquisadores ainda descobriram que muitos dos tecidos analisados para a produção das máscaras caseiras podem apresentar maior eficácia na proteção quando dobrados diversas vezes. A fronha de 600 fios, por exemplo, capturou 22% das partículas quando dobrada duas vezes. No entanto, quando o número de dobras aumentou para quatro, a barreira de absorção subiu para 60%.
Já um lenço de lã grosso filtrou apenas 21% das partículas quando dobrado duas vezes, entretanto, em quatro camadas, a captura aumentou para 48%. Por sua vez, a bandana de algodão teve o pior desempenho neste teste, capturando apenas 18,2%, quando feitas duas dobras, e 19,5%, quando realizadas o dobro.
Outros testes
No caso de tecidos que não foram citados na relação divulgada pelo jornal americano, ainda existe um teste caseiro que pode ser feito para identificar um material que pode ser utilizado na confecção de máscaras caseiras.
Ao veículo, o médico, Scott Segal, que estudou variações de máscaras, recomendou: "Segure-o contra uma luz forte. Se a luz passar com muita facilidade pelas fibras do tecido, ou se você puder ver as fibras contra a luz, o material não é uma boa escolha. Se o tecido tiver um tear mais denso ou for de um material mais grosso, que não permite que a luz passe por ele, este é o material que você quer usar", explicou.
Cautela
Contudo, os pesquisadores reforçaram ao veículo que é importante lembrar que essas análises foram conduzidas em perfeitas condições, ou seja, sem vazamentos de fendas nas máscaras. No entanto, o estudo mostrou diferentes formas de comparar a eficácia de alguns materiais para o uso caseiro.
Segundo os cientistas, que participaram da iniciativa, as máscaras para uso caseiro cumprem bem o papel de auxiliar na proteção dos usuários em meio à quarentena, pois, diferentemente dos profissionais de saúde, em tese, essa parte da população está em isolamento social.
Vale ressaltar que as máscaras caseiras são diferentes das utilizadas por profissionais que atuam na linha de frente no combate à pandemia, como farmacêuticos, médicos e enfermeiros, por exemplo. Para esses trabalhadores, o produto ideal é a máscara médica chamada de respirador N95, que filtra, pelo menos, 95% das partículas de até 0,3 mícrons.
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