Na última terça-feira (17/03), a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou a restrição do uso do Ibuprofeno no tratamento de pacientes contaminados ou sob suspeita de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19). No entanto, nesta quinta-feira (19/03), o órgão voltou atrás sobre a orientação e informou que não encontrou evidências para limitar a utilização do produto em meio a pandemia.
A organização informou que "está ciente das preocupações sobre o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (Ibuprofeno) para o tratamento da febre em pessoas com Covid-19". No entanto, a OMS afirmou que "após uma rápida revisão da literatura [pesquisas científicas], não está ciente dos dados clínicos ou de base populacional publicados sobre esse tópico", diz um trecho da nota divulgada à imprensa.
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A entidade ainda reiterou: “Não temos conhecimento de relatos de efeitos negativos do Ibuprofeno, além dos efeitos colaterais conhecidos usuais que limitam seu uso em determinadas populações”. De acordo com a OMS, a conclusão foi formulada após ouvir especialistas que estão tratando pacientes infectados pelo novo coronavírus. Além disso, o órgão destaca que realizou consultas em pesquisas científicas desenvolvidas, até o momento, sobre o vírus.
Nesse sentido, a entidade destacou que não há base para recomendar a restrição ao uso do Ibuprofeno no tratamento dos pacientes. Vale destacar que, o próprio porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, havia reforçado o alerta sobre os possíveis efeitos negativos do medicamento em pessoas infectadas.
A polêmica
O alerta sobre a restrição do Ibuprofeno aconteceu no último sábado (14/03), após o ministro da saúde francês, Olivier Veran, desaconselhar a utilização do medicamento, pois, uma pesquisa científica havia sugerido que pacientes com diabetes e hipertensão tratados com o fármaco poderiam ficar mais vulneráveis aos riscos de desenvolver quadros mais graves da doença.
Posição do Ministério da Saúde
De acordo com informação publicada no portal Bem Estar, o Ministério da Saúde (MS) mantém a recomendação sobre a restrição na utilização do produto em pessoas infectadas ou com a suspeita de contaminação pelo novo coronavírus.
Segundo a informação, o órgão federal reafirma o seu posicionamento emitido na última terça-feira (17/03), em que recomendou "a substituição do Ibuprofeno por outros medicamentos analgésicos". O MS ainda sugeriu que essa troca seja realizada por um profissional de saúde.
Em caráter de medida preventiva, a Sociedade Brasileira de Cardiologia também havia divulgado um parecer sobre o assunto, logo quando a OMS recomendou a restrição do uso do medicamento. A entidade aconselhou que o produto fosse evitado, justificando que a substância poderia, possivelmente, aumentar os níveis de um receptor e facilitar a entrada do vírus nas células. A informação foi divulgada pelo Estadão.
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