A britânica Lisa Anderson, de 44 anos, revelou em recente entrevista ao portal Daily Mail um hábito que levantou um debate nas redes sociais sobre o uso indevido de cosméticos. Segundo ela, que mora na Inglaterra, há 15 anos é viciada em comer talco em pó da Johnson’s Baby, que pode ser encontrado facilmente em farmácias no Brasil, o que suscita a necessidade da orientação do farmacêutico para o uso correto do produto.
A mulher ainda contou que costuma gastar o equivalente a R$ 42 mil por ano, com o consumo do produto. Lisa explicou que seu vício começou após o nascimento do quinto filho, quando usava o talco no bebê e teve curiosidade de comer a substância.
“Lembro de me sentir realmente atraída pelo cheiro. Agora não posso ficar sem isso. Eu subo e pego um pouco a cada meia hora. Eu realmente não posso passar nem 30 minutos sem ele [o talco]”, confessou ela, que ainda disse que conseguiu ficar, no máximo, dois dias sem ingerir o produto.
Segundo a britânica, sempre antes de comer o talco toma um copo com água. De acordo com Lisa, o único momento que consegue ficar sem consumir o cosmético é quando está fora de casa. Nesses momentos, para driblar o vício, ela costuma mastigar balas.
Ao procurar ajuda médica, Lisa foi diagnosticada com alotriofagia, que é um transtorno alimentar raro em seres humanos, em que o indivíduo começa ter apetite por substâncias não alimentares. Além dos cosméticos, algumas pessoas podem desenvolver o desejo de consumir carvão, giz, terra e até moeda, entre outras coisas que podem fazer muito mal à saúde.
No Brasil, a regulamentação sobre a comercialização de cosméticos e produtos de higiene pessoal é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por isso, é importante que o profissional farmacêutico que vende os produtos em seu estabelecimento fique atento às normas dispostas na RDC 07/15 (confira aqui).
Um aviso importante sobre a regularização está disposto no Art.10, que define: "O detentor do produto [fabricante] deve possuir dados comprobatórios que atestem a qualidade, a segurança e a eficácia de seus produtos e a idoneidade dos respectivos dizeres de rotulagem, bem como os requisitos técnicos estabelecidos no Anexo III desta Resolução, os quais deverão ser apresentados aos órgãos de vigilância sanitária, sempre que solicitados ou durante as inspeções. Deve ainda garantir que o produto não constitui risco à saúde quando utilizado em conformidade com as instruções de uso e demais medidas constantes da embalagem de venda do produto durante o seu período de validade”.
Vale ressaltar que, a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), considerou o uso indevido de talco cancerígeno, após um estudo realizado nos Estados Unidos, em 2016, descobrir que o produto aumentava o risco, em 33%, de desenvolver câncer de ovário.
Na época, a Johnson & Johnson foi condenada a pagar uma indenização equivalente a R$18,3 bilhões, a vinte e duas mulheres, que alegaram ter desenvolvido a doença após aplicar o talco de bebê nas partes íntimas.
Outros casos
Além da britânica, recentemente, a adolescente americana, Nicole, 19 anos, também virou notícia em diversos sites ao revelar que tomava mais de 15 frascos de desodorante por dia.
“Meu cérebro diz ‘você tem que comer’. Já tentei parar por uma semana, mas fiquei doente e tive dores de cabeça”, contou ela, em entrevista ao programa My Strange Addiction (Meu vício estranho, em tradução livre), exibido na emissora TLC.
Segundo a jovem, ela começou com o vício aos 4 anos. Em mais de 15 anos consumindo o produto diariamente, a adolescente contou que desenvolveu graves problemas no estômago.