Por meio do Instagram, a apresentadora e ativista Luisa Mell compartilhou uma crítica quanto à qualidade dos testes rápidos para detecção de Covid-19. O motivo se deu após a apresentadora realizar um destes testes e o resultado ter sido falso negativo.
A publicação foi feita no sábado (01/05) e divulgada pelo Uol. Na postagem, Luisa relata que não estava conseguindo se alimentar, por isso, realizou o teste rápido de sangue em uma farmácia. O exame apontou negativo para a doença. No entanto, segundo ela, ainda assim, sentia muito cansaço. E, então, decidiu fazer um novo teste, o RT-PCR, que confirmou a reinfecção da Covid-19 – Luisa já havia contraído a doença em março de 2020.
A confirmação do diagnóstico veio seguida do desabafo da apresentadora, que questionou os seguidores: “Vocês têm ideia do quanto este teste de sangue na farmácia é perigoso?”.
Em seguida, ela relatou se recordar de que quando estes testes foram liberados muitos especialistas criticaram, afirmando que eles poderiam piorar a situação do Brasil, ainda assim, o Governo fez a liberação deles, que “nos induz ao erro”.
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Luisa relatou ainda que, no intervalo entre os testes, ou seja, quando ainda achava que não estava com Covid-19, poderia ter tido contato com outras pessoas, pois era aniversário do seu enteado. Porém, como ela estava com uma “intuição”, não foi parabenizá-lo e resolveu fazer outro teste, o RT-PCR, já que tem condições para isso.
Mas, levantou questões tais como quantas pessoas fazem o segundo exame após estarem cansadas e sem apetite e quantas podem pagar por um novo teste? E quantas pessoas não baixaram a guarda após um resultado negativo do teste de farmácia e contaminaram outras?
Ela pontuou ainda que o farmacêutico afirmou que ela poderia ter certeza de que não estava com a doença, pois se tivesse, acusaria algo.
Por fim, ela defendeu a proibição da venda desses testes e que a liberação deles seja investigada. “Os testes de farmácia de sangue devem ser proibidos já! Alô CPI, que tal investigar isto também? Por que liberarmos um teste que dá 50% de erro?”, questionou.
Profissionais de saúde explicam finalidade do teste rápido
O desabafo da apresentadora teve muita repercussão. Muitos seguidos e amigos mandaram mensagem desejando força na recuperação.
Ao mesmo tempo, muitos seguidores da área da saúde, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos começaram a explicar as finalidades e diferenças entre os testes, visto que os teste rápidos detectam a carga viral, logo necessitam de um período específico para serem realizados, dessa forma, não são diagnósticos definitivos da doença, conforme explicou a farmacêutica bioquímica Débora Mocellin, na postagem da apresentadora.
“O problema do teste rápido de farmácia é a sensibilidade, ou seja, você precisa estar com a carga viral um pouco mais alta pra detectar. Já o teste do cotonete, o PCR, é mais sensível, detecta no início da infecção. O teste rápido não é errado. Errada é a forma com que as pessoas fazem, e acabam dependendo apenas desse resultado para isolamento ou não das pessoas”, comentou a
Nesse sentido, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explica que os estudos científicos demonstram que somente a partir do sétimo dia de sintomas de uma pessoa com Covid-19 é possível detectar anticorpos em testes rápidos. Além disso, de acordo com a entidade, em grande parte dos produtos registrados pela Agência, os resultados mais robustos foram obtidos a partir do décimo dia. Portanto, é preciso estar atento às instruções de uso dos testes.
Essa informação é reforçada pelo farmacêutico e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, que orienta o período ideal para reduzir as chances de obter um resultado falso negativo e alerta quantos aos cuidados na realização do teste, que deve ser feito por profissionais capacitados, e a solicitação do exame deve ser feita pelo médico.
“O teste rápido identifica anticorpos contra a doença, sendo assim, depende da agilidade do sistema imunológico de cada indivíduo para produzir essa proteção, não ocorrendo de maneira imediata, nestes casos. Por isso que o teste rápido é indicado aproximadamente 8 dias após o início dos sintomas, para que a possibilidade de resultado falso negativo seja reduzida. Além disso, a coleta do material para análise deve ser adequada, para que seja reduzido o risco de contaminação das amostras e resultados não compatíveis com a realidade. Por esses motivos, é essencial que a indicação do teste rápido seja feita por médico”, explicou Poloni.
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