Pesquisa da eBit-Nielsen aponta que o varejo do comércio eletrônico brasileiro deve crescer 26% em 2021, alcançando o faturamento recorde de R$ 110 bilhões e superando o atual resultado de R$ 87,4 bilhões, obtido em 2020.
Esse desempenho é reflexo da pandemia no País, que acarretou mudanças de comportamento de compra do consumidor, que, por sua vez, passou a adquirir produtos por meio de canais digitais, como site, aplicativos e marketplaces.
O varejo farmacêutico foi um dos setores que vivenciou esse forte crescimento ao longo de 2020 e projeta um ciclo muito mais otimista neste novo ano.
O Grupo DPSP, controlador da Drogaria São Paulo e da Drogarias Pacheco, viu suas vendas nos canais digitais crescerem 5% em 2020, contribuindo para o faturamento total da companhia de R$ 11 bilhões no período, conforme informações dadas pelo CEO Marcelo Doll ao Valor Econômico.
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Já em projeção futura, o diretor de estratégia da Drogaria Araújo, André Giffoni, prevê um crescimento de 77,14% nas vendas online, em 2021. Aliás, o e-commerce é a principal aposta da rede mineira para expandir sua atuação pelo Brasil, porém, continuando com as lojas físicas apenas em Minas Gerais.
Integração multicanal
Uma das ações que ganharam espaço nas redes de farmácias e contribuíram com os resultados do período anterior foi a integração multicanal.
A Araújo soube usar bem dessa estratégia e levar a transformação digital para o seu modelo de negócio. A rede, que atende à cerca de 45 milhões de clientes, foi a primeira do setor farmacêutico a aderir às vendas via marketplace e implantar o sistema de comprar online e retirar o produto na loja física em 100% das suas unidades.
Na mesma direção, o Grupo DPSP também investiu em tecnologia para levar mais comodidade ao seu público.
A marca pontuou que as vendas digitais são parte de um amplo projeto de transformação digital da rede, que teve início com a criação do aplicativo Viva Saúde. Ele soma 3 milhões de downloads nas lojas de aplicativos. Além disso, o grupo assinou uma parceria com a startup Rappi para viabilizar entregas em localidades mais distantes.
Atualização do farmacêutico e a prescrição eletrônica
Ao mesmo tempo em que as redes de farmácias inovam, os farmacêuticos também precisam atualizar-se para atender a essa demanda. A coordenadora acadêmica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica, Juliana Cardoso, justifica essa modernização dos profissionais.
“Estamos sempre expostos a mudanças, o avanço tecnológico, a otimização do tempo e a eficácia da inteligência eletrônica nos cercam cotidianamente e se faz necessário a cada nova situação vivida”.
Juliana cita como exemplo dessa atualização a prescrição eletrônica, que, no cenário da pandemia, passou a ser a alternativa para pacientes adquirirem seus medicamentos de forma online e segura, sem necessitar ir até às farmácias, evitando, assim, aglomerações e risco de contrair a Covid-19.
A coordenadora endossa a importância do profissional estar adaptado a essas nova modalidade e resume os benefícios dela.
“É necessário que o farmacêutico e o estabelecimento de saúde se adaptem a este tipo de prescrição. A prescrição digital é capaz de prevenir inúmeros erros em comparação à receita tradicional, como, por exemplo, escrita ilegível, que dificultava a dispensação do medicamento ao paciente e também trazer comodidade, segurança e rapidez, não somente ao cliente, mas também ao profissional de saúde no momento da dispensação”, defendeu.
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