Após anunciar o bloqueio de anúncios no canal do YouTube do site Terça Livre, a Droga Raia foi bombardeada nas redes sociais por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, que pregaram boicote às lojas da marca, revelou O Globo. A repercussão levou aos assuntos mais comentados das redes sociais no final de semana.
A atitude da Droga Raia surgiu depois de ser alertada pelo Sleeping Giants Brasil – grupo de ativistas digitais que combate discursos de ódio e desinformação de forma anônima na internet. O perfil da empresa informou na sexta-feira (22/1) que não compactua com disseminação de fake news e que bloqueou os anúncios no Terça Livre.
“Olá! Agradecemos a sinalização. Nós não compactuamos com disseminação de notícias falsas. Bloqueamos anúncios em vários sites extremistas, independente da ideologia, e continuamos atualizando diariamente esta lista”, escreveu a Droga Raia em seu perfil no Twitter.
A repercussão na rede social foi tão grande, que no domingo a Droga Raia estava entre os 10 assuntos mais comentados pelos usuários do Twitter no Brasil. Muita gente também utilizou a #DrogaRaiaApoiaACensura para apoiar o bloqueio dos anúncios.
Dede então, a marca começou a ser alvo de perfis alinhados ao governo do presidente Jair Bolsonaro, como do músico Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, banda de palco de um programa de TV. “Droga Raia, pararei de comprar com vocês e incentivarei o boicote se vcs compactuarem com esses canalhas do Sleeping Giants”, afirmou o roqueiro.
Mas a rede de drogarias não se sentiu intimidada pelas ações. Procurada pelo Portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, a empresa respondeu que não vai retroceder em sua atitude. “A Droga Raia reforça que repudia a disseminação de notícias falsas e esclarece que não possui vínculos de mídia com o canal mencionado. A empresa esclarece ainda que bloqueou anúncios em vários sites extremistas, independente da ideologia, e continua atualizando diariamente esta lista”, informou em nota.
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O Terça Livre é um dos canais da internet investigados no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal. O proprietário do canal, o extremista Allan dos Santos, foi alvo de duas operações da Polícia Federal. Após a última ação contra ele, em julho, o blogueiro deixou o Brasil, segundo apurou o jornal.
Demonstrando proximidade com a família Bolsonaro, Santos surgiu recentemente em uma foto postada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante encontro nos Estados Unidos. Ele também é investigado no inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos.
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