A marca de cosméticos capilares TRESemmé, adquirida pela Unilever em 2010, acabou entrando para o epicentro de um escândalo. A empresa está sendo acusada de racismo, após divulgar um anúncio publicitário em que o cabelo de uma mulher negra era apontado como “seco”, “prejudicado”, “com frizz” e sem “brilho”, enquanto o de uma modelo loira era apontado como “normal”.
A repercussão em torno do assunto está tão grande que a empresa está enfrentando diversos protestos na África do Sul, além de boicote por diversas redes de farmácias, entre outros varejistas, segundo informação divulgada na revista Isto É.
De acordo com informação divulgada por meio da agência de notícias Reuters, o anúncio publicitário foi veiculado no portal da farmácia sul-africana Clicks, na sexta-feira (04/09), entretanto foi retirado do ar após gerar uma enorme repercussão negativa nas redes sociais, com muitos internautas criticando a situação. Não se sabe, ao certo, se o comercial foi divulgado em outro país.
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Ainda de acordo com a informação, para se ter uma ideia da dimensão que o caso tomou, desde a segunda-feira (07/09), que diversos protestos estão acontecendo em relação à campanha. Os manifestantes, inclusive, têm jogado bombas e incendiado farmácias que vendam os produtos da marca.
Em meio à polêmica, a rede de farmácias Clicks se comprometeu a não comercializar mais produtos da TRESemmé no futuro. Além disso, o executivo sénior da companhia se afastou e outras duas pessoas foram suspensas por conta do cenário que se instalou.
Outra gigante do varejo farmacêutico na África do Sul que decidiu não vender mais produtos da marca foi a Dischem. Empresas de outros segmentos varejistas também seguiram a mesma atitude, como a Pick N Pay e a Woolworths.
Posicionamento da Unilever
Em meio à polêmica, na quarta-feira (09/09), a Unilever e a TRESemmé emitiram um comunicado em que pediram desculpas: “A campanha foi feita para celebrar a beleza de todos os tipos de beleza em diferentes tipos de cabelo, mas fizemos isso de forma errada”, diz um trecho da nota. As companhias continuam: “Estamos de olho na situação e como ela aconteceu e porque isso não foi um assunto abordado anteriormente, vamos tomar todos os passos necessários para ter certeza de que isso não vai acontecer novamente”.
Outro detalhe importante é que o diretor da ação publicitária foi demitido. Além disso, a Unilever teria admitido que a campanha promoveu “estereótipos racistas”, segundo a Isto É. A empresa também teria afirmado que retirará os produtos da TRESemmé de outras lojas sul-africanas, como forma de “demonstração de nosso remorso pela imagem ofensiva e racista”, prometendo efetuar uma doação de 10 mil absorventes higiênicos e desinfetantes para ambientes em situação informal.
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