Em meio à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), os farmacêuticos e outros funcionários que trabalham nas farmácias são profissionais com alto grau de importância no combate ao vírus. Contudo, eles estão mais sujeitos à contaminação, já que atuam na linha de frente na luta contra a doença. Segundo a Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma) cerca de 15% dos colaboradores das redes estão ausentes dos seus postos de trabalho.
"Nós [o setor de varejo] estamos registrando algo em torno de 10% a 15% de absenteísmo. Então, estamos enfrentando o mesmo problema que os hospitais sofrem", revelou o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, em live transmitida pelo canal da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj), na quarta-feira (27/05).
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Vale destacar que essa situação é bastante grave. Desde o início da pandemia, o Brasil já registrou 31.790 casos confirmados de coronavírus em profissionais de saúde, entre farmacêuticos, médicos, enfermeiros e outros. O levantamento, divulgado na quinta-feira (28/05), pelo Ministério da Saúde (MS), mostrou ainda que, no total, 199.768 colaboradores do setor foram classificados como casos suspeitos da Covid-19 e precisaram ser afastados dos seus respectivos postos de trabalho.
Cuidados essenciais
É importante ressaltar que as redes de farmácias têm o dever de auxiliar na proteção dos colaboradores. A RDC 44, de 17 de agosto de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece em seu Art. 18º que “para assegurar a proteção do funcionário, do usuário e do produto contra contaminação ou danos à saúde, devem ser disponibilizados aos funcionários envolvidos na prestação de serviços farmacêuticos equipamentos de proteção individual (EPIs)”.
Denúncias
Algumas redes que descumprirem essa regulamentação podem estar sujeitas a muitas sanções. É importante lembrar que, nesse sentido, entidades estão criando sistemas para receber denúncias. Um exemplo disso está na iniciativa desenvolvida pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), que implementou um canal para verificar relatos de falta de EPIs.
A ação foi criada, paralelamente, com medidas conjuntas adotadas pela Auditoria Fiscal da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT-GO) e com o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado (Sinfargo). "A ação é uma parceria do conselho para proteger os profissionais e a população em meio à crise de saúde causada pela Covid-19", explicou a presidente do CRF-GO, Lorena Baía, em entrevista ao jornal O Popular.
De acordo com o órgão, os farmacêuticos que estiverem trabalhando sem os EPIs devem denunciar a situação por meio do site do CRF-GO ou no disque-denúncia do SRT-GO. Além disso, o relato também pode ser feito pelo whatsapp do Sinfargo.
Caso as denúncias sejam comprovadas, o estabelecimento poderá responder por um processo civil e trabalhista. Além disso, há também o risco do local ser multado. Outra medida que deve ser adotada pelas farmácias é o distanciamento físico entre os funcionários e pacientes.
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