Quase 50% dos americanos acreditam que vacinas podem gerar autismo

Pesquisa realizada pela consultoria americana Gallup Poll apresentou dados alarmantes sobre a importância das vacinas nos Estados Unidos. Segundo o levantamento, na última década, quase metade da população (46%) não tem certeza sobre os benefícios que a vacinação traz à saúde. Além disso, essa mesma porcentagem de pessoas tem dúvidas se a medida preventiva pode ocasionar o autismo em crianças. Apenas 10% afirmam ter certeza de que a vacinação não gera esse transtorno do sistema nervoso.

Vale ressaltar que o maior estudo sobre o tema que relaciona possíveis ligações entre vacinas e o autismo já desmentiu essa tese há muito tempo. Realizada na Dinamarca, uma pesquisa feita com mais de seis mil crianças, publicada no jornal Annals of Internal Medicine, constatou que não existe nenhuma relação entre a vacinação e o transtorno.

Voltando à pesquisa americana, para chegar aos resultados, mais de mil adultos foram entrevistados por telefone no país. Entre algumas perguntas, os pesquisadores questionaram: “Quão importante são os pais vacinarem seus filhos: extremamente importante; muito importante; relativamente importante; pouco importante ou nem um pouco importante?”.

Os dados mostraram que apenas 84% das pessoas concordam que a vacinação infantil é extremamente importante ou muito importante. Se comparado com o mesmo levantamento realizado em 2001, esse percentual era de 94%. Ou seja, nos últimos dez anos caiu 10% o número dos americanos que realmente acreditam na importância das vacinas.

Já comparando os números com uma pesquisa realizada em 2015, quando 85% das pessoas que têm filhos menores de 18 anos disseram que as vacinas são cruciais para a saúde, apenas 77% deram o mesmo grau de importância à medida preventiva em 2019.

Outro fator alarmante é que a negativa em relação à vacinação não se trata de falta de orientação sobre o assunto, pois, 90% das pessoas disseram ter ouvido ‘muita coisa’ ou uma ‘quantidade razoável’ de informações sobre as vacinas. Entretanto, 79% citaram possíveis desvantagens sobre se vacinar.

O dado menos desanimador revelado pela pesquisa foi que, ao menos, 86% dos entrevistados concordaram que as vacinas não são mais perigosas do que as doenças que eles tentam prevenir.

Epidemias nos Estados Unidos

A pesquisa vem ao encontro de um cenário de epidemias crescentes nos Estados Unidos. Em 2019, o país enfrentou um surto de sarampo com mais de 1.300 casos da doença, distribuídos em 31 Estados. Para conter o avanço do vírus, o Governo americano teve que gastar milhões de dólares.

Esse foi o recorde de casos de sarampo na última década, batendo as 667 pessoas infectadas pela doença em 2014. Além disso, recentemente, o país também enfrentou um surto de gripe, em 2018, quando foram mais de 47 mil pessoas diagnosticadas. 

Um detalhe importante é que muitas autoridades associam esse aumento nas epidemias em território americano ao crescente número de pais que negam vacinar seus filhos embasados por questões religiosas.

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