Nesta quarta-feira (24), a travesti Alícia Krüger, assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil participou do painel de discussão “Serviços centrados na pessoa: projeto e implementação de prevenção e cuidado eficazes para o HIV” e apresentou seus desafios e conquistas para ampliar o acesso de pessoas trans na prevenção, cuidado e tratamento do HIV.
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“Transgêneros não são invisíveis, estamos em todos os lugares, e é crucial que sejamos reconhecidos e incluídos em todas as esferas da sociedade. A visibilidade é fundamental para a nossa luta”, declarou logo no início de sua apresentação de 8 minutos, que foi ovacionada pelas mais de 300 pessoas presentes.
A assessora destacou a importância de reconhecer e incluir pessoas trans na sociedade e garantir acesso igualitário nos serviços de saúde. Primeira mulher transgênero no mundo a presidir a Associação Profissional Mundial para Saúde de Transgêneros (World Professional Association for Transgender Health WPATH), Alícia fez questão de pontuar que as pessoas trans carregam o maior fardo da epidemia de HIV no Brasil por diferentes razões, mas principalmente devido às vulnerabilidades sociais e enfatizou a necessidade de políticas de saúde pública que considerem as particularidades dessa comunidade.
Farmacêutica de profissão, ela lembrou que homens e mulheres trans e travestis juntos representam apenas 5,3% do total de usuários de PrEP no país. “Uma das estratégias que tivemos para abordar esse cenário foi a implementação de um projeto piloto em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, promovendo o acesso à prevenção combinada do HIV e aos serviços de saúde para pessoas trans e não binárias em todo o país”. Falou com orgulho do que considera sua maior conquista, até o presente momento, que foi a autorização para farmacêuticos de todo o Brasil prescreverem PrEP e PEP, que até então só podiam ser prescrevidas por médicos. “O Brasil é o único país no mundo onde farmacêuticos prescrevem PrEP e PEP dentro do escopo do sistema de saúde pública”.
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