Em pronunciamento ontem (6/1) na TV, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que 354 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus estão ‘asseguradas’ ao Brasil, que ainda poderá virar exportador do produto. Entre os imunizantes previstos, ele incluiu a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e Instituto Butantan.
Sem explicar exatamente o que significa ‘asseguradas’ (afinal, os contratos não foram, de fato, fechados com os fabricantes), Pazuello garantiu que a vacinação começa neste mês e que o Brasil ainda “exportará vacinas” para a América Latina, pois é o único país da região que tem laboratórios produzindo imunizantes. Além da Coronavac, Pazuello citou a vacina da Fiocruz, em parceria com a Astrazeneca.
“Temos, hoje, 354 milhões de doses de vacinas asseguradas para 2021, sendo 254 milhões de doses pela Fiocruz em parceria com a Astrazeneca, além de 100 milhões de doses pelo Butantan em parceria com a Sinovac”, afirmou Pazuello. Ele informou também que o ministério está em processo de negociação com os laboratórios Gamaleya (Rússia), Janssen, Pfizer e Moderna (Estados Unidos) e Barat Biotech (Índia) para adquirir mais vacinas.
Sobre a Pfizer, Pazuello afirmou que o Governo Federal está negociando com representantes do laboratório suas condições para a aprovação da vacina no Brasil, mas completou que a empresa, cuja vacina já está sendo aplicada em países como Estados Unidos e Reino Unido, tem “imposições que não encontram amparo na legislação brasileira”, segundo o Uol.
Dentre essas imposições, o ministro citou o fim da isenção de responsabilização civil por efeitos colaterais da vacinação, a manutenção no Brasil do foro de eventuais julgamentos e a criação de um fundo caução para custear possíveis ações judiciais.
Em comunicado enviado ao Uol, a Pfizer declarou que não pode comentar as negociações em curso, e acrescentou: “Afirmamos que as cláusulas que estão sendo negociadas estão em linha com os acordos que fechamos em outros países do mundo, inclusive na América Latina”.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Pazuello declarou, ainda, que o Brasil tem hoje disponíveis cerca de 60 milhões de seringas e agulhas, o que permitiria, segundo o Governo, iniciar a vacinação neste mês. Segundo a colunista da Globo News, Ana Flor, na reunião ministerial de ontem, o ministro disse que a ideia é iniciar a vacinação antes do dia 25, data anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria (desafeto político do presidente Jair Bolsonaro), para a vacinação no Estado.
Nesse sentido, Bolsonaro assinou ontem medida provisória que determina que o Ministério da Saúde será o responsável por coordenar a execução do Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19. A MP também prevê a contratação de vacinas e de insumos, antes do registro sanitário ou da autorização temporária de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o treinamento de profissionais para imunizar a população.
Coronavac tem 100% de eficácia nos casos graves
O Instituto Butantan divulgou hoje que a Coronavac tem eficácia de 78% contra a Covid-19 nos testes realizados no Brasil – a taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa é de 50%. A vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete Estados e no Distrito Federal. Treze mil voluntários brasileiros participaram dos testes, que começaram em julho de 2020.
De acordo com o Butantan, o imunizante garantiu 100% de proteção contra mortes, casos graves e internações nos voluntários que foram contaminados, segundo apurou o G1. Em reunião na manhã desta quinta-feira, os dados seriam apresentados à Anvisa, que deve receber o pedido de registro emergencial do imunizante pelo Butantan.
Participe também: Grupos de WhatsApp e Telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.