Estudo sugere que supervacina poderá impedir o surgimento do câncer

O câncer é uma das doenças que mais afetam pessoas no mundo. As causas para o desenvolvimento de um tumor são diversas, o que dificulta a prevenção. Contudo, uma vacina experimental apresentou um avanço ao impedir o surgimento de tumores em testes pré-clínicos.

Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, desenvolveram um imunizante feito com nanopartículas capazes de impedir o surgimento e a disseminação de diferentes tipos de câncer em camundongos.

O estudo, publicado em 9 de outubro na revista Cell Reports Medicine, mostrou que até 88% dos roedores vacinados permaneceram livres de tumores, resultado que indica um possível caminho para a prevenção da doença em humanos no futuro.

“Projetamos essas nanopartículas para ativar o sistema imunológico por múltiplas vias combinadas com antígenos específicos do câncer”, afirmou Prabhani Atukorale, professora de engenharia biomédica e autora do estudo, em comunicado à imprensa.

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Resultados promissores em camundongos

Os primeiros testes usaram antígenos conhecidos de melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele, semelhantes às partículas inativadas presentes em vacinas contra vírus. Essa combinação treinou as células de defesa a reconhecer e destruir células cancerosas.

Três semanas após a vacinação, os camundongos foram expostos a células de melanoma. Os resultados mostraram que 80% deles continuaram sem tumores até o fim do experimento, que durou 250 dias. Todos os demais grupos desenvolveram câncer em até 35 dias.

A vacina também impediu a metástase para os pulmões. Nenhum dos animais imunizados com nanopartículas apresentou tumores pulmonares, enquanto todos os demais desenvolveram. “Metástases continuam sendo o maior desafio do câncer”, disse Atukorale.

A pesquisadora descreve o fenômeno como “imunidade de memória”. “Essa é uma vantagem real da imunoterapia, porque a memória é sustentada de forma sistêmica”, explicou. “O sistema imune cobre toda a geografia do corpo.”

Na segunda etapa do estudo, a equipe usou células cancerosas mortas, chamadas lisado tumoral, para criar vacinas personalizadas. Camundongos vacinados com essa formulação resistiram a diferentes tipos de câncer agressivo. As taxas de rejeição foram de 88% para o câncer pancreático, 75% para o de mama e 69% para o melanoma. Em todos os casos, os animais livres de tumores também ficaram protegidos contra metástases após nova exposição.

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Ainda há um longo caminho até humanos

Os resultados mostram um avanço notável, mas restrito a modelos animais. A transição para estudos clínicos com humanos ainda levará anos se os resultados positivos dos primeiros testes continuarem se repetindo.

Especialistas alertam que vacinas oncológicas enfrentam barreiras éticas e regulatórias rigorosas. O comportamento do sistema imunológico humano é mais complexo e pode responder de forma imprevisível.

Mesmo assim, a pesquisa abre caminho para um novo tipo de imunização. A chamada “supervacina” pode, um dia, impedir que o câncer apareça. Mas, por enquanto, é apenas uma promessa que ainda vive dentro do laboratório.

Cautela para imunizantes

Gabriela Maira de Assis, coordenadora e professora de Biomedicina do Centro Universitário UniBH, alerta que anúncios precipitados sobre uma cura ou vacina contra o câncer podem gerar falsas esperanças em pacientes e familiares.

“Movidos pela desinformação, muitos acabam interrompendo ou adiando terapias comprovadas, o que compromete tratamentos eficazes. Quando promessas não se confirmam, a credibilidade científica é abalada e cresce a desconfiança em vacinas e instituições, cenário que favorece teorias conspiratórias e dificulta a comunicação responsável”, analisa Gabriela.

Atualmente, a única vacina terapêutica aprovada é a sipuleucel-T, indicada para câncer de próstata metastático resistente à hormonioterapia, com efeito limitado na sobrevida média. Mesmo assim, novas candidatas baseadas em RNA mensageiro e outras plataformas estão em fases avançadas de testes.

“Acredito que até 2030 poderão surgir vacinas terapêuticas para tipos específicos de tumor, mas reforça que uma vacina universal contra o câncer é improvável, devido à grande diversidade biológica dos tumores”, destaca a professora, que não participou do estudo de Massachusetts.

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