A Fujifilm Holdings anunciou na terça-feira que assinou um contrato no valor de mais de US$ 3 bilhões para fabricar medicamentos biológicos derivados de organismos vivos nos Estados Unidos para uma grande empresa farmacêutica americana.
O acordo de dez anos com a Regeneron Pharmaceuticals, listada na Nasdaq, ocorre em um momento em que as empresas farmacêuticas americanas estão dobrando a oferta doméstica em resposta às políticas de segurança econômica e tarifas aplicadas pelo presidente Donald Trump.
O acordo é o maior contrato de fabricação de biofármacos já registrado. Originalmente uma fabricante de filmes fotográficos, a empresa japonesa vem expandindo sua tecnologia para diversos campos, incluindo o farmacêutico.
De acordo com o contrato, a Fujifilm produzirá medicamentos com anticorpos para a Regeneron em sua fábrica na Carolina do Norte, com inauguração prevista para o quarto trimestre de 2025. Os ingredientes ativos serão extraídos após o cultivo de células em grandes tanques, ou biorreatores.
A produção em larga escala está prevista para o segundo ano de operação, após a transferência de tecnologia da Regeneron.
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Para a Regeneron, o contrato garante sua capacidade de produção de longo prazo nos Estados Unidos. Para concentrar recursos na descoberta de medicamentos de alto risco e alta recompensa, as principais farmacêuticas estão recorrendo cada vez mais a organizações de desenvolvimento e fabricação sob contrato (CDMOs), como a Fujifilm, para terceirizar a produção.
O Departamento de Comércio iniciou uma investigação sobre a importação de produtos farmacêuticos e semicondutores como parte de uma tentativa de impor tarifas a ambos os setores, que são cada vez mais vistos como preocupações de segurança nacional. Os produtos farmacêuticos normalmente evitam tais taxas, mas os riscos para a importação deles são iminentes.
Washington também está avaliando a Lei de Biossegurança, um projeto de lei bipartidário que pode impedir empresas chinesas de biotecnologia de obter contratos federais. A terceirização para empresas chinesas está se tornando menos sustentável para as farmacêuticas americanas.
Ainda assim, a construção de infraestrutura para produtos biológicos exige alto investimento, exigindo espaço em salas limpas e sistemas avançados de biorreatores.
Em 2021, a Fujifilm anunciou um investimento de 200 bilhões de ienes (US$ 1,4 bilhão) para construir a unidade na Carolina do Norte. A previsão é de que oito biorreatores de 20 mil litros entrem em operação até o quarto trimestre de 2025. Um investimento adicional de 180 bilhões de ienes foi anunciado em 2024.
A Samsung Biologics, uma concorrente importante da Fujifilm no setor de fabricação sob contrato, tem suas instalações de produção predominantemente na Coreia do Sul. A Lonza, com sede na Suíça, adquiriu uma fábrica da Roche nos Estados Unidos por US$1,2 bilhão em 2024, mas vem enfrentando atrasos enquanto trabalha para atualizar e modernizar as instalações de acordo com os padrões operacionais.
De acordo com a Precedence Research, o mercado de CDMO de produtos biológicos dos Estados Unidos deve atingir US$ 23,6 bilhões até 2034, mais que quadruplicando seu tamanho em 2024.
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