O professor da USP (Universidade de São Paulo) e farmacêutico que criou o medicamento para enjoos Vonau, Humberto Ferraz, disse em entrevista ao Poder360 que o faturamento da instituição com o medicamento desde 2005, quando foi colocado no mercado, foi de R$ 30 milhões. Nos últimos 5 anos, o total de royalties para a USP foi de R$ 17,3 milhões com o medicamento. “O recurso ajuda muito a manter as atividades de pesquisa”, disse o profissional.
Nos últimos 5 anos, o total de royalties para a USP foi de R$ 17,3 milhões com o medicamento. “O recurso ajuda muito a manter as atividades de pesquisa”, disse o profissional.
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O Vonau teve faturamento de mais de R$ 4 milhões tanto em 2019 quanto em 2022 em royalties para a USP. Em 2020, ano da pandemia, esse valor caiu para R$ 2 milhões.
O medicamento foi criado pela USP em parceria com a farmacêutica Biolab. A empresa e a universidade são as titulares da patente. Foram 13 anos e meio para que a patente fosse concedida pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) à Biolab e à USP, afirma Ferraz.
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“Esse é um problema que a gente tem no Brasil. A demora na concessão das patentes. Se for pensar nos EUA, uma patente sai em pouco mais de um ano. Apesar dessa dificuldade, que hoje está tentando se modificar, a Biolab em momento algum desistiu do processo. Levou o produto ao mercado”.
O professor afirma que o diferencial do Vonau é a sua formulação. É poder ingerir o medicamento sem a necessidade de tomar água. “É muito prático para o paciente”.
Ele também cita que outro diferencial do medicamento é a “conexão” com a iniciativa privada. “A Universidade de São Paulo e a Biolab se juntaram para poder criar isso. É o que eu entendo como diferencial nessa história. Então a gente tem que estar em contato com a iniciativa privada para tentar colocar essas criações no mercado”, afirma o farmacêutico.
“Se nós tivéssemos uma maior interação entre as universidades e as empresas, eu acho que nós teríamos muito mais exemplos de Vonau. Infelizmente, não é assim. Os 2 lados precisam se ajustar para que a gente possa levar mais produtos que são criados na universidade para o mercado”, diz Ferraz.
O profissional afirma que o produto pode ser usado ao viajar de carro ou navio para evitar enjoos ou quando a pessoa está em tratamento contra o câncer porque a quimioterapia pode levar a vômitos.
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