Baixa oferta e alto valor agregado do insumo farmacêutico ativo Cabergolina aumentam risco de desabastecimento para fabricação de medicamento.
Na pandemia da covid-19 ficou clara a dependência que o Brasil possui de outros países no fornecimento dos IFAs (insumos farmacêuticos ativos), que é o princípio ativo utilizado na produção de medicamentos. Atualmente, mais de 90% dos IFAs utilizados pelas indústrias farmacêuticas são importados. Apenas dez fabricantes de IFAs no país têm o certificado de Boas Práticas de Fabricação emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Há cinco anos, a paranaense Prati-Donaduzzi faz parte do ainda mais seleto time das cinco indústrias que fabricam os IFAs e também medicamentos no país.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias
E as pesquisas para desenvolvimento da Cabergolina, IFA utilizado em medicamentos para inibir ou interromper a produção do leite materno, desenvolvidas pela farmacêutica receberam na sexta-feira (14) o prêmio de Campeãs da Inovação, feito pelo Grupo Amanhã e pela americana IXL-Center, mais antiga premiação no gênero no país. Ao todo foram inscritos 100 cases e o Developing competencies for the manufacture of active pharmaceutical ingredients (APIs) in Brazil, through Cabergoline product, apresentado pela indústria paranaense, está entre os três considerados “Cases de Excelência”.
Ciência para evitar desabastecimento
“Nós somos líderes de mercado do medicamento Cabergolina no país e detectamos o risco do fornecimento global desse IFA. Ferramentas como Cortellismostram que hoje existem apenas sete fabricantes desse IFA no mundo e a plataforma PharmaCompass aponta para o alto valor que ele é comercializado, passando de USD 286 mil/kg. A baixa disponibilidade no mercado internacional e o alto valor agregado elevam o risco de desabastecimento”, explica Nelson Ferreira Claro Junior, diretor de farmoquímicos da Specialità Fine Chemicals, laboratório da Prati-Donaduzzi responsável pelo desenvolvimento de processos de produção dos IFAs. “Foram três anos desenvolvendo esse insumo de forma sintética, mais de 100 testes de fórmulas realizadas e um dossiê de insumo farmacêutico ativo que tem mais de mil páginas. Tudo isso para garantir que todos os ritos regulatórios da Anvisa fossem cumpridos. A expectativa é que a autorização para fabricação do medicamento em escala industrial com o IFA produzido pela Prati-Donaduzzi saia ainda esse ano”, complementa.
“Cada empresa participante relatou a iniciativa de inovação mais emblemática realizada em 2022. O estudo deu origem a uma lista das 50 empresas mais inovadoras do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A iniciativa tem a intenção de criar uma nova geração de líderes globais conectando-os ao principal centro de referência mundial nas áreas de inovação e educação, por meio de um programa personalizado e único que combina conhecimento, network, benchmarking e experiência cultural.”, conta o diretor do IXL-Center, Alexandre Chang.
Participe também: Grupo de WhatsApp e Telegram para receber notícias farmacêuticas