Dados do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico da Anvisa revelam que entre 224 indústrias farmacêuticas que atuam no País, 64 delas totalizaram, juntas, faturamento de R$ 74,6 bilhões em 2019, correspondendo a 86,8% do mercado, revelou a Agência Brasil. No total, naquele ano, mais de 5,3 bilhões de unidades foram comercializadas no País, com R$ 85,9 bilhões em faturamento.
Segundo o anuário – que foi produzido pela Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, essas 64 indústrias foram responsáveis por 73% das embalagens de medicamentos vendidas. O documento usa informações do Sistema de Acompanhamento do Mercado de Medicamentos (Sammed) sobre a indústria de fármacos no Brasil.
No total geral, dos 5.897 produtos cadastrados e com comercialização em 2019, 40,4% eram medicamentos similares, 39,6%, genéricos e os outros tipos de produtos representaram 33,8% do total. Além disso, similares e genéricos venderam juntos cerca de 80% do total de apresentações no ano. Foram comercializadas 13.888 apresentações naquele ano.
Entre 2018 e 2019, os princípios ativos cresceram 5,9%, passando de 1.827 para 1.935 substâncias. As subclasses terapêuticas evoluíram 5%, atingindo 502 comercializadas em 2019, quando em 2018 o total foi de 478.
O faturamento dos medicamentos novos apresentou maior representatividade no mercado, somando mais de R$ 30,5 bilhões, seguido dos medicamentos biológicos que acumularam mais de R$ 21,8 bilhões. Os similares alcançaram a terceira posição com faturamento de R$ 17,2 bilhões.
Em termos de quantidade de embalagens comercializadas, os similares se destacaram, atingindo 1,9 bilhão de unidades (35,5% do total). Os genéricos vieram na sequência com 1,8 bilhão de embalagens comercializadas em 2019 (35,2% do total). Similares e genéricos somaram, em 2019, 70,7% do total de unidades comercializadas.
Acerca do preço médio praticado, os medicamentos biológicos atingiram R$ 133,44, enquanto os novos e fitoterápicos apresentaram valores de R$ 34,32 e R$ 35,09 respectivamente. O preço médio global praticado por medicamento foi de R$ 16,34.
Ainda de acordo com o anuário, as companhias com registro de medicamentos com comercialização estavam distribuídas em 14 Estados. A maior concentração de indústrias farmacêuticas foi verificada em São Paulo, que, sozinho, responde por 56,25% do total de empresas do setor no País, detendo 76,85% do faturamento e 64,89% da quantidade de embalagens comercializadas.
Outra participação importante, em termos de quantidade de unidades vendidas, é de Goiás, com 14,61% do total, segunda posição nesse quesito, e 4,34% do faturamento. Outros Estados em destaque são o Rio de Janeiro, com 10,14% do faturamento total do setor e com 5,69% da quantidade de embalagens comercializadas, e o Paraná, com 3,77% do faturamento e 5,78% das embalagens.
A publicação traz ainda o ranking das substâncias mais vendidas e aquelas com os maiores faturamentos em 2019. O princípio ativo mais vendido foi o cloreto de sódio, que tem várias indicações – descongestionante, veículo para vários medicamentos injetáveis ou para limpeza de ferimentos. Ele teve entre 150 milhões e 250 milhões de apresentações comercializadas.
Com quantidade similar de vendas, em segundo lugar, vem a losartana potássica, medicamento indicado para quadros de hipertensão, um dos mais prescritos e que pertence ao rol de produtos oferecidos a custo zero pela Farmácia Popular do Ministério da Saúde.
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Já os princípios ativos com maior faturamento foram a toxina botulínica A e o trastuzumabe, acima de R$ 500 milhões. Muito conhecida para uso em procedimentos estéticos, a toxina botulínica é indicada para o tratamento de contração involuntária espasmódica da pálpebra (blefarospasmo), contrações intensas de origem neurológica dos músculos do pescoço e dos ombros, suor excessivo (hiperidrose) palmar e axilar em adultos, entre outros. O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal indicado para o tratamento de câncer de mama (metastático e inicial) e câncer gástrico avançado.
Entre os canais de escoamento de medicamentos, o distribuidor foi o principal em 2019, representando 57% do total faturado pelo setor e 71% da quantidade de embalagens vendidas. Farmácias e drogarias ficaram em segundo lugar, alcançando 17% do total faturado pelo setor e 18% da quantidade vendida. O Governo veio em seguida, com 17% do faturamento e 5% das embalagens comercializadas.
A íntegra do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico está disponível no site da Anvisa.
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