O laboratório britânico AstraZeneca revelou que partirá para o estágio final de testes do medicamento chamado AZD7442, que utiliza anticorpos fabricados em laboratórios a partir de pacientes já infectados pelo novo coronavírus. Terapia similar foi utilizada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ficar doente, informou o site Poder 360. Governo norte-americano contribuirá para a distribuição de 100 mil doses do AZD7442 até o final do ano.
Nesse tipo de tratamento, diferentemente das vacinas, que ensinam o corpo a produzir anticorpos, a pessoa já recebe o anticorpo pronto. Trump creditou sua plena recuperação da Covid-19 à terapia semelhante, que ainda está em testes e consiste em um coquetel experimental de anticorpos laboratoriais batizado de Regen-Cov-2 e desenvolvido pela biofarmacêutica Regeneron.
O coquetel de anticorpos da Regeneron está sendo testado em pacientes no início do curso da infecção – para impedir que ele se espalhe por todo o corpo. Estudo do laboratório americano com 275 pacientes acometidos pela doença em nível leve de contaminação demonstrou que o uso do medicamento em doses maiores, como foi utilizado no tratamento de Trump, é mais eficaz, apurou o Poder 360.
O governo dos Estados Unidos informou que investirá US$ 486 milhões (R$ 2,72 bilhões) no desenvolvimento e distribuição em larga escala do tratamento para a Covid-19 da AstraZeneca, que está em fase final de testes clínicos, segundo revelou a Agence France-Presse (AFP). Serão distribuídas cerca de 100 mil doses até o final deste ano, sendo que mais um milhão de doses poderão ser adquiridas pelo governo norte-americano em 2021.
A terapia AZD7442 é uma combinação de dois anticorpos de longa ação derivados de pacientes convalescentes da Covid-19, descobertos pelo centro médico da Universidade de Vanderbilt e licenciados pela AstraZeneca. Esse tratamento “avançará para dois ensaios clínicos de Fase III com mais de 6 mil participantes para a prevenção da doença e ensaios adicionais com cerca de 4 mil pessoas tendo como foco o tratamento da infecção”, revelou a empresa em comunicado. Os testes ocorrerão em locais dentro e fora dos Estados Unidos.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
O tratamento com anticorpos de longa ação (LAABS) será avaliado como uma forma de prevenção por sua capacidade de evitar infecções em até um ano. “Os LAABs foram projetados com a tecnologia de extensão de meia-vida proprietária da AstraZeneca para aumentar a durabilidade da terapia por 6 a 12 meses após uma única administração. A combinação de dois LAABs também foi projetada para reduzir o risco de resistência desenvolvida pelo vírus”, informou a empresa.
Segundo o estudo realizado pela Universidade de Vanderbilt, e publicado pela AstraZeneca em agosto, denominado NCT04507256, com 48 participantes saudáveis no Reino Unido com idade entre 18 e 55 anos, o medicamento visa imitar anticorpos naturais e prova ter um perfil de segurança favorável, apurou o Poder 360.
Participe também: Grupo de WhatsApp e telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.