Com o aumento de biossimilares no mercado, a Roche Farma Brasil se prepara para enfrentar mais concorrência em território nacional. Para isso, a farmacêutica aposta em seu portfólio de inovação e pesquisas clínicas no País. De acordo com o presidente da empresa, Patrick Eckert, 2019 foi bastante positivo para a companhia. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.
A alta foi de 4% no faturamento de R$ 3,5 bilhões, sendo 28% junto ao setor público e 72% no setor privado. A Roche Diagnóstico faturou R$ 671,8 milhões com crescimento de 5%, e a Roche Diabetes gerou negócios de R$ 286,2 milhões no Brasil, por meio de uma expansão de 3,5% em relação a 2018.
A companhia define que os resultados foram acima do esperado, considerando que o impacto da concorrência em relação aos biossimilares não foi nem a metade do que se esperava. Além disso, explica que transformações internas do grupo também estimularam o sucesso no decorrer do ano.
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Segundo Eckert, em 2020, a projeção é de que o faturamento da Roche Farma chegue entre R$ 3,3 bilhões e R$ 3,4 bilhões, nesse contexto será abaixo do ano anterior. Novamente, a projeção é definida pelo aumento dos biossimilares em mercado brasileiro. Em contrapartida, em 2021, o executivo projeta que a farmacêutica deverá crescer em vendas, pois, já terá passado o efeito do impacto dos genéricos, e vários produtos inovadores da companhia já farão parte do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em nível global, o diretor-presidente da Roche, Severin Schwan explica que o grupo se preveniu para um impacto de U$ 4 bilhões (R$ 17 bilhões) com a concorrência dos biossimilares nesse ano, valor que inclui a chegada de novos genéricos no mercado americano. No entanto, medicamentos tradicionais que possam ser considerados maduros ainda representam dois quintos da divisão de receitas da farmacêutica.
Em território nacional, a empresa deverá fechar sua única fábrica, localizada no Rio de Janeiro, nos próximos cinco anos. No futuro, os medicamentos que eram produzidos na unidade deverão ser fabricados em polos da Europa, Estados Unidos e, talvez, na Ásia.
Em contrapartida, Eckert explica que a Roche aumentou outros investimentos no Brasil, que não são relacionados à produção. Ele cita o acréscimo de 36% (R$ 256 milhões) em novas pesquisas clínicas em 2019. Em três anos, o total investido nesse segmento foi de R$ 564 milhões. Ao todo, 70 novos estudos, relacionados ao Alzheimer, câncer e doenças raras foram realizados.
Como estratégia, a farmacêutica planeja, em longo prazo, realizar parcerias com players de mercado e com o governo brasileiro para ampliar o acesso a medicamentos pelo SUS. Apenas para o setor de oncologia, já foram realizadas cinco novas indicações de produtos para câncer de mama e pulmão.
Como exemplo, Eckert cita o medicamento Hemcibra, indicado a pacientes que sofrem de hemofilia, que já foi incorporado ao SUS. Além disso, há também o Ocrevus, utilizado para casos de esclerose múltipla, por meio de algumas secretarias de saúde de alguns Estados, como o Espírito Santo, por exemplo. Para 2020, o plano da farmacêutica é ampliar ainda mais seu catálogo de medicamentos na saúde pública e a disponibilização deles em nível Brasil.
“Daremos continuidade a esse trabalho para novas indicações deste produto, assim como a disponibilização de Ocrevus, contra esclerose múltipla, e terapias contra câncer de mama no SUS”, finaliza o executivo.
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