Blau Farmacêutica vai construir uma nova fábrica no País, que exigirá investimentos de R$ 1 bilhão. A unidade será construída em uma área do Porto de Suape, na Região Metropolitana de Recife (PE), e entrará em operação em 2023, revelou o Valor.
De acordo com o presidente do laboratório, Marcelo Hahn, a nova fábrica será construída em um terreno de aproximadamente 600 mil metros quadrados e terá 36 linhas de produção. A operação, segundo ele, será iniciada no último trimestre de 2023, devendo gerar oportunidades de trabalho para profissionais farmacêuticos.
Além da nova unidade fabril o projeto também prevê um centro de distribuição no local. “A nossa expectativa é que, em cinco anos, essa fábrica atinja a sua capacidade plena. E, no futuro, o plano é transferir as linhas de produção de São Paulo e Goiás para Pernambuco”, disse Hahn ao Valor.
Conforme o executivo, a nova fábrica já estava nos planos da companhia, mas o projeto foi acelerado após a abertura de capital no mês de abril. A companhia conseguiu captar R$ 1,2 bilhão com a operação. “Essa unidade iria demorar mais tempo, mas vamos acelerar com essa velocidade graças ao IPO. Antecipamos o investimento”, afirmou.
Hahn informou, ainda, que São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina disputavam com Pernambuco o novo investimento. A escolha pelo Estado nordestino ocorreu pela boa infraestrutura já existente no local e pelos benefícios fiscais oferecidos. Segundo ele, o terreno já oferece linhas de gás natural, energia, água, infraestrutura rodoviária, além de estar dentro da área portuária , o que facilitaria o comércio internacional.
“Além dos benefícios fiscais, como a redução de ICMS, Pernambuco está na região de Sudene e tem toda uma infraestrutura já pronta. Não é uma promessa como em outros locais. Mostra a seriedade das autoridades da região”, salientou o executivo, lembrando que o governo pernambucano deverá abrir uma licitação para a aquisição do terreno em Suape. Segundo ele, após esse processo, a companhia poderá ter, ainda, um desconto no valor da área.
Blau opera três unidades em São Paulo e uma em Goiás. “Devemos manter em São Paulo o nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e a fábrica de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA)”, ressaltou Hahn. O laboratório tem em seu portfólio 95% de medicamentos injetáveis e fornece os seus produtos para o segmento institucional.
O que é preciso para seguir carreira na indústria
Para aproveitar oportunidades como a que deve surgir em Pernambuco, deve-se estar preparado. Ser farmacêutico industrial exige do profissional conhecimentos aprofundados de gestão industrial e ferramentas da qualidade, normas nacionais e internacionais de Boas Práticas de Fabricação, técnicas de controle de qualidade, gestão de projetos e processos e, principalmente, da legislação sanitária do setor.
A farmacêutica industrial e professora da pós-graduação de Gestão da Qualidade e Auditoria em Processos Industriais do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Luciana Colli, destaca que, para quem quer seguir carreira no setor industrial, é preciso muita dedicação para estudar, desenvolver a própria capacidade de trabalhar em grupo e de gerir pessoas e processos.
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Luciana conta que começou a carreira em empresas do varejo farmacêutico fazendo Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e Autorização Especial de Empresa (AE), depois migrou para fabricantes, importadores e distribuidores de produtos para a saúde. Foi um longo caminho percorrido até atingir um cargo de gestão.
Segundo a professora, no início da carreira não existiam muitos cursos de pós-graduação na área, então ela teve de aprender fazendo, lendo e estudando sozinha. “Era um grande desafio devido à complexidade dessa área de atuação. Mas, atualmente tenho uma carreira madura, ministro aulas, trabalho na indústria e presto consultoria”.
Luciana afirma gostar dessa área desde quando cursava a faculdade. “Um dia, um pequeno empresário precisava do serviço e me convidou para fazê-lo. Na época, eu não tinha muita experiência, e ele, poucos recursos financeiros. Mas abracei a oportunidade e acreditei no meu desempenho profissional, e isso me ajudou muito. Foi a partir dessa primeira experiência que adquiri conhecimentos novos e que me valeram muito. E foi a partir daí também que percebi que a área demanda conhecimento nos diversos setores das empresas”.
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