Trabalhadores que atuam no setor farmacêutico no Estado de São Paulo, nas bases da CUT e da Força Sindical, poderão ter reajuste pela inflação (INPC) integral. A data-base prevista é 1 de abril, sendo que a campanha engloba aproximadamente 45 mil empregados, segundo informação divulgada pela Rede Brasil Atual.
A iniciativa, que ainda necessita passar por assembleias, propõe também outros itens, como o abono para a vacinação dos profissionais. Outra ressalva, além do INPC, estimado em 6,5%, envolve trabalhadores que recebem até R$ 4.291,98, pois, esse grupo teria apenas R$ 1,00 de desconto de auxílio-alimentação.
“Neste momento em que enfrentamos uma das maiores crises econômicas, agravada pela pandemia, além de alta na inflação dos alimentos e ataques a direitos, avaliamos como positiva a proposta Patronal”, afirmou o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimar), Sergio Luiz Leite, que negocia a iniciativa ao lado da CUT.
Ainda segundo as informações, essa proposta foi apresentada pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), sendo discutida durante videoconferência realizada segunda-feira (15/03).
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Nesse sentido, enquanto os trabalhadores que recebem até R$ 4.291,98 teriam desconto (do auxílio-alimentação) equivalente a R$ 1,00, aqueles que recebem acima desse valor, na faixa de até R$ 6 mil, teriam descontados 5%.
Já para outros que recebam um valor superior a R$ 6 mil até o teto de R$ 8.800, a porcentagem de desconto seria de 10%. “Para os empregados que recebem salário acima do valor de R$ 8.800,00, a concessão do benefício será feita por adesão do empregado, assumindo este o valor integral da cesta ou vale-alimentação, ressalvadas condições mais favoráveis praticadas pelas empresas”, destacou a Fequimfar. Além disso, empresas que dão cesta ou vale devem aplicar o reajuste pelo INPC.
Participação nos lucros
Na proposta também fica assegurada a participação nos lucros ou resultados (PLR). Para empresas com até 100 funcionários, o valor será de R$ 1.774,43. Nas demais, de R$ 2.461,94. A cesta básica (ou vale-alimentação) foi estimada em R$ 266 e R$ 400, respectivamente.
Opinião de profissionais
Na opinião de alguns profissionais do setor, o ajuste salarial é importante, contudo, medidas para a estabilidade da inflação também são fundamentais.
“O ajuste do salário deve, obviamente, acompanhar à inflação. Entretanto, deve ser muito bem estudado antes de fixar esse conceito, visto que a inflação deveria ser mais estável, para que os trabalhadores pudessem ter a garantia que o seu salário fosse suficiente para sobreviver com a qualidade de vida adequada”, destacou o farmacêutico do Ministério da Saúde (MS) e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, em entrevista à equipe de jornalismo da Instituição.
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