Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV- IBRE), subiu 1,13% em abril. É quase o dobro do mês anterior, que fechou em 0,64%. Esse movimento tem impacto no setor de farmácias, sobretudo para pequenos e médios comerciantes.
Segundo a farmacêutica Elaine Mendes, proprietária da Farmácia Ellen Farma, localizada no interior do Pernambuco, o aumento de preços tem impacto na gestão financeira da farmácia. “Impacta em todos os aspectos, principalmente na rentabilidade da empresa. Somos obrigados a rever vários aspectos, dentre eles, os custos internos, o estoque deve ser bem controlado e as compras, bem planejadas”, afirma Elaine.
“Também é importante rever os parâmetros tributários. Ou seja, é preciso regular bem os preços dos medicamentos para não termos perdas de clientes que já são fiéis, aumentando o acesso da população aos tratamentos de saúde, obtendo medicamentos com preços justo”, acrescenta.
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Com o resultado de abril, o IGP-10 acumula alta de 2,88% no ano e de 6,73% em 12 meses. No mesmo mês de 2019, o índice havia registrado elevação de 1% e alta de 8,46% em 12 meses.
Outro indicador, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), subiu 0,33% em abril. Comparativamente ao mês de março a alta foi importante, pois o índice havia registrado queda de 0,03%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. Entre elas, os artigos de higiene e cuidado pessoal (que teve elevação de 0,06% para 0,86%).
Neste último grupo estão os produtos que têm um peso significativo nos negócios das farmácias. “Higiene pessoal compõe uma parte importante do mix de vendas do varejo farmacêutico. Os índices de inflação estão subindo e o setor é bastante pulverizado. Há muitos pequenos empreendedores espalhados pelo País, e eles precisam ficar atentos a esses indicadores para revisão dos seus preços”, adverte o fundador do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade.
Segundo Elaine Mendes, os pacientes e consumidores sentem o aumento de preço. “Principalmente agora, em meio a essa pandemia. Apesar de os valores dos medicamentos serem postergados por mais 60 dias, o aumento tem sido repassado e a população reclama, Mesmo assim ainda compram, pois dependem dos medicamentos para continuar tendo qualidade de vida, considerando as várias patologias que são acometidos. Um paciente hipertenso e diabético, por exemplo, não deixa de comprar. Mas sentimos um impacto na economia do País, o que consequentemente acarreta no setor farmacêutico”, finaliza.
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