A evolução e o protagonismo do farmacêutico oncológico na segurança do paciente.

O câncer é um problema de saúde pública mundial. Na última década, houve um aumento de 20% na incidência e espera-se que, para 2030, ocorram mais de 25 milhões de casos novos, sendo esperados 704 mil casos novos de câncer para o triênio 2023-2025, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Por conta da importância do tema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 4 de fevereiro como Dia Mundial do Câncer, e o farmacêutico tem atuação fundamental no manejo da doença.

Importante lembrar que o papel do farmacêutico evoluiu de um simples dispensador de medicamentos para um profissional essencial na gestão terapêutica, personalização do tratamento, controle de efeitos colaterais e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Com o constante avanço da medicina, o farmacêutico continua a se adaptar, tornando-se um pilar fundamental no tratamento multidisciplinar da doença.

Para o professor do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e farmacêutico-pesquisador do Instituto do Câncer do Ceará, Nelson Belarmino, afirma que o principal papel do farmacêutico no meio oncológico é garantir a segurança desse paciente. “Para isso, não podemos nos esquecer também da necessidade de estarmos sempre atualizados com a liberação de novas drogas, o que ocorre diariamente”.

Já o professor do ICTQ, farmacêutico, mestre em Farmacologia, especialista em Oncologia e Abordagem Multidisciplinar, Leonardo Daniel Mendes, afirma que o câncer e seu tratamento podem causar uma variedade de efeitos adversos. O farmacêutico tem um papel fundamental na gestão desses efeitos, recomendando tratamentos complementares e realizando intervenções farmacológicas para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Com o aumento da complexidade dos tratamentos, o profissional agora é importante na educação contínua dos pacientes, explicando as opções terapêuticas, os efeitos adversos e a adesão ao tratamento. A comunicação com a equipe multidisciplinar também se tornou essencial para garantir que o tratamento seja o mais eficaz possível”.

Para Mendes, a evolução do papel do farmacêutico no tratamento do câncer tem sido significativa, particularmente nas últimas décadas, à medida em que os avanços na farmacologia no tratamento personalizado e na terapia medicamentosa têm se intensificado. Historicamente, o farmacêutico exercia um papel mais limitado, focado principalmente na dispensação de medicamentos, como os agentes quimioterápicos e hormônios, para tratar o câncer.

Com a introdução de novos fármacos, o profissional passou a ser essencial no gerenciamento de efeitos colaterais associados ao tratamento. A farmacoterapia tornou-se mais complexa, e o farmacêutico assumiu a responsabilidade por ajustes nas doses e a monitorização contínua.

Desafios da profissão

Belarmino defende que os principais desafios do farmacêutico oncológico são, propriamente, o cuidado desse paciente, ou seja, o manejo dessas toxicidades que o paciente pode apresentar quando vem utilizando drogas novas: “O farmacêutico precisa, cada vez mais, entender da clínica e associar o achado clínico daquele paciente que está fazendo um tratamento oncológico para casar com aqueles medicamentos que ele ja vem utilizando, para saber fazer o manejo da toxicidade, sempre com foco na segurança do paciente”.

Ele defende que o profissional farmacêutico é fundamental no contexto da oncologia pelo fato de lidar com um paciente mais crítico, que faz uso de quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e de outros medicamentos para comorbidades, como hipertensão, diabetes, e doença autoimune, por exemplo.

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“É importante ressaltar a relevância desse profissional, porque é ele quem vai entender as consequências da associação de duas ou mais drogas no organismo. Ele participa do processo de otimização do tratamento daquele paciente, diminuindo, assim, as possibilidades de interações medicamentosas, fazendo com que se tenha um benefício e uma melhor resposta ao tratamento, favorecendo a melhor adesão àquele tratamento”, ressalta Belarmino.

Prevenção

O professor Mendes ressalta que embora o farmacêutico não atue diretamente no diagnóstico médico de câncer, sua contribuição é fundamental no processo de diagnóstico precoce por meio de atividades preventivas, educação e monitoramento de sinais iniciais da doença. A atuação proativa desse profissional pode influenciar significativamente a detecção precoce de câncer, o que melhora as chances de sucesso no tratamento e o prognóstico dos pacientes.

Assim, a educação e a conscientização são deveres dos farmacêuticos, uma vez que há uma forte interação direta com os pacientes. Conhecer os fatores de riscos e saber conduzir orientações é inerente a um bom atendimento. O farmacêutico pode ser um ponto de referência importante na propagação da informação.

O futuro do farmacêutico no tratamento do câncer é marcado pela evolução das terapias personalizadas, pelo aumento do uso de tecnologias emergentes e pela crescente ênfase no bem-estar global do paciente. “O profissional farmacêutico é um membro indispensável da equipe multidisciplinar, oferecendo expertise em medicamentos, monitoramento de tratamentos e promoção da qualidade de vida do paciente, além de atuar ativamente no acesso a tratamentos inovadores e na educação e apoio ao paciente e à comunidade.

Remuneração atrativa

Segundo Belarmino, o profissional farmacêutico oncológico tem um diferencial salarial quando comparado com os demais profissionais da área da Farmácia, até mesmo pelo fato de requerer mais qualificação: “Não tenho como precisar, mas a variação é grande, podendo iniciar com uma média de R$ 6.000,00 e chegar até mais de R$ 15.000,00, sendo que esse valor será bem maior se o farmacêutico assumir cargo diretivo”.

“Na verdade, todos ganham muito, inclusive a instituição onde esse farmacêutico está inserido, seja em um ambiente hospitalar ou clínica. Esse profissional qualificado vai trabalhar não só a parte clínica, como ele pode estar inserido na gestão, uma vez que na oncologia tudo é muito caro, então, um farmacêutico oncológico otimiza, cada vez mais, os recursos daquela instituição, o que possibilita tratar a maior quantidade dos pacientes e da melhor forma”, defende Belarmino.

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Qualificação

O farmacêutico que deseja se especializar em Oncologia deve se dedicar ao estudo contínuo de várias áreas interconectadas, como farmacologia oncológica, farmacogenômica, imunoterapia, e terapias combinadas. A integração de novas tecnologias, como IA e biologia molecular, também é fundamental para o farmacêutico acompanhar as últimas inovações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A formação contínua em pesquisa clínica, nutrição oncológica e medicina paliativa completam o perfil do farmacêutico altamente qualificado e apto a atuar no campo da oncologia.

Para isso, o ICTQ oferece a pós-graduação Farmácia Hospitalar e Acompanhamento Oncológico, que atende aos requisitos da Resolução 640/2017, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que estabelece a titulação como pré-requisito mínimo para a atuação em oncologia, cujo preparo dos antineoplásicos e demais medicamentos na oncologia é atribuição privativa do farmacêutico.   

Entre as disciplinas desse curso, estão:

  • Ética e bioética em oncologia
  • Legislação e políticas públicas em oncologia
  • Seleção e padronização de medicamentos em farmácia hospitalar
  • Farmacoeconomia em oncologia
  • Sistemas de dispensação de medicamentos em farmácia hospitalar
  • Central de manipulação de quimioterápicos
  • Farmacocinética clínica e farmacodinâmica em medicamentos oncológicos
  • Interações medicamentosas em medicamentos oncológicos
  • Semiologia farmacêutica em pacientes oncológicos
  • Toxicidades inerentes ao paciente oncológico
  • Farmácia clínica e atenção farmacêutica em oncologia
  • Manejo das complicações relacionadas ao tratamento oncológico
  • Farmacologia oncológica: imunoterapia e terapia alvo
  • Oncogenética e painel de risco hereditário
  • Oncopediatria

Para saber mais sobre a pós-graduação Farmácia Hospitalar e Acompanhamento Oncológico, clique AQUI.

 

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