Consulta farmacêutica na Alemanha melhora a adesão aos medicamentos e a qualidade de vida, aponta estudo

De acordo com os recentes resultados do estudo controlado randomizado do PHARM-CHF, apresentado este mês na Heart Failure 2019, congresso científico da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), pacientes idosos com insuficiência cardíaca que consultam o farmacêutico uma vez por semana são mais suscetíveis a tomar seus medicamentos e serem ativos na vida diária.

"Aderir a um complexo regime de medicação é um enorme desafio para pacientes idosos com insuficiência cardíaca", disse o principal co-pesquisador e professor Martin Schulz, do Departamento de Farmácia Clínica, da Freie Universitaet Berlin, na Alemanha. "Estima-se que 30% a 50% dos pacientes na Europa não aderem à medicação para insuficiência cardíaca, o que resulta em um aumento da frequência e gravidade dos sintomas, como: falta de ar, agravamento da insuficiência cardíaca e consequentes hospitalizações, e maior mortalidade".

A não adesão inclui não seguir corretamente a receita, tomar uma dose menor ou menos que o prescrito, “feriados” da medicação (durante os finais de semana ou feriados, ou quando se sentir melhor), ou parar completamente um ou mais medicamentos.

O estudo PHARM-CHF investigou se ver regularmente um farmacêutico melhora a adesão aos medicamentos para insuficiência cardíaca. Participaram da pesquisa um total de 237 pacientes com insuficiência cardíaca crônica ambulatorial, com idade igual ou superior a 60 anos. Os participantes do estudo foram alocados aleatoriamente para o tratamento usual ou para uma intervenção de farmacêutica e acompanhados em uma média de dois anos. A média de idade dos participantes foi de 74 anos, e destes 62% eram do sexo masculino. O número médio de diferentes drogas usadas por paciente foi de nove.

O estudo

A intervenção começou com uma revisão farmacoterapêutica. Os pacientes trouxeram seus medicamentos para um farmacêutico que fez um plano terapêutico, verificando se havia interações medicamentosas e medicamentos duplicados, e quando havia ocorrências o médico era contatado sobre quaisquer riscos.     

Os pacientes visitavam a farmácia todos os 8-10 dias para discutir a adesão e os sintomas, e realizavam aferições da pressão arterial e da pulsação na consulta com o farmacêutico. Os medicamentos eram fornecidos em uma caixa de comprimidos com compartimentos para a manhã, tarde, entardecer e noite em cada dia. O farmacêutico clínico atualizava periodicamente o plano terapêutico, conforme a necessidade, e contatava o médico em caso de incidência de novos problemas relacionados aos medicamentos ou mudanças significativas nos sinais vitais dos pacientes.

Resultados

O desfecho primário de eficácia foi a proporção de dias em que três medicamentos para insuficiência cardíaca foram coletados (utilizando dados de reivindicações da farmácia) no ano após a randomização. Os medicamentos eram betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores dos receptores da angiotensina e antagonistas dos receptores dos mineralocorticóides. Em comparação com os cuidados habituais, a intervenção resultou em um aumento significativo de 5,7% na coleta.

Os pesquisadores também calcularam a proporção de pacientes que coletaram os três medicamentos em pelo menos 80% dos dias em estudo (definidos como aderentes) em comparação com a linha de base. A proporção de pacientes aderentes aumentou de 44% para 86% no grupo da farmácia e de 42% para 68% no grupo de cuidados habituais – uma diferença significativa de 18% entre os grupos. Os pacientes no grupo da farmácia foram três vezes mais suscetíveis a se tornar aderentes em comparação com o grupo de cuidados habituais. Seis pacientes precisariam receber a intervenção para alcançar pelo menos 80% de adesão em um paciente.

Não houve diferença entre os grupos no desfecho primário de segurança composto dos dias perdidos no ano após a randomização devido a hospitalizações cardiovasculares não planejadas ou morte por todas as causas.

A melhoria na qualidade de vida foi maior no grupo da farmácia após um ano, e significativamente melhor em comparação com o grupo de cuidados habituais após dois anos. Isso significava que os pacientes do grupo da farmácia ficaram menos limitados em suas atividades diárias e menos preocupados com sua doença.

O professor Schulz, que também é diretor do Departamento de Medicina da ABDA - União Federal das Associações Alemãs de Farmacêuticos, disse que os pacientes precisariam ver o farmacêutico toda semana para que os benefícios continuassem: "O ponto principal é que as visitas às farmácias precisam ser usadas como uma oportunidade de fornecer cuidados estruturados".

O principal co-pesquisador, professor Ulrich Laufs, diretor do Departamento de Cardiologia da Universidade de Leipzig, Alemanha, disse: "Cardiologistas e clínicos gerais gostariam de receber esse tipo de intervenção, já que isso não altera a medicação prescrita, mas ajuda os pacientes a seguir a estratégia de tratamento".

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