Mounjaro e Ozempic podem comprometer eficácia de contraceptivos orais

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, da sigla em inglês) emitiu um alerta nesta quinta-feira para mulheres que fazem uso dos remédios análogos de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, muito utilizados no tratamento da obesidade.

A autoridade reforça que as pacientes devem “usar contracepção eficaz enquanto estiverem usando esses medicamentos e, em alguns casos, por até dois meses após interromper o uso antes de tentar engravidar”. E cita que, no caso do Mounjaro, da Eli Lilly, o fármaco pode diminuir a eficácia da pílula oral.

“A contracepção eficaz inclui métodos orais (a pílula) e não orais (implante, DIU ou preservativos). No entanto, o Mounjaro pode reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais em pessoas com sobrepeso. Portanto, pessoas com sobrepeso que usam Mounjaro e fazem uso de anticoncepcional oral são orientadas a usar também um método não oral de contracepção”, diz o alerta.

A MHRA explica que a importância da contracepção é porque os medicamentos não devem ser usados durante a gravidez, enquanto se tenta uma gestação ou durante a amamentação. Segundo a agência, não há dados suficientes sobre a segurança dos fármacos para a gestante ou para o bebê. A mulher que engravidar deve conversar com seu médico e interromper o tratamento.

Pesquisadores explicam que estudos com animais apontaram para um risco de malformações fetais durante a gestação durante o uso dos remédios. Mas Caroline Ovadia, professora de Obstetrícia da Universidade de Edimburgo, na Escócia, diz que ainda não foram encontrados casos do tipo entre humanos.

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“As evidências em humanos sobre o risco na gravidez são limitadas. Estudos de coorte existentes, predominantemente dos EUA, onde o uso de medicamentos para perda de peso é particularmente comum, não sugerem danos imediatos. Mas concordo que as evidências atuais sugerem que a gestante deve interromper o uso”, comenta em nota.

O alerta da MHRA faz parte da atualização das diretrizes sobre o uso dos remédios. Ele vem especialmente em meio a diversos relatos de mulheres nas redes sociais com a hashtag #OzempicBaby compartilhando que tinham dificuldades para engravidar, mas descobriram uma gestação ao fazer uso dos análogos de GLP-1. Segundo o jornal britânico The Guardian, a MHRA recebeu ao menos 40 relatos do tipo.

“A obesidade reduz a fertilidade nas mulheres. Assim, mulheres com obesidade que usam GLP-1 têm mais chances de engravidar do que antes da perda de peso. Além disso, acreditamos que a absorção das pílulas contraceptivas orais possa ser reduzida com os medicamentos, que retardam o esvaziamento gástrico, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar isso”, diz Channa Jayasena, especialista em Endocrinologia Reprodutiva do Imperial College London, no Reino Unido.

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Especialista em Medicina Reprodutiva da Universidade de Southampton, também britânica, Ying Cheong acredita que as reações adversas dos medicamentos também podem ajudar a explicar a melhora da fertilidade:

“Efeitos colaterais gastrointestinais como vômitos e diarreia podem prejudicar a absorção dos contraceptivos orais, aumentando o risco de gravidez não planejada. Embora as evidências diretas ligando os medicamentos GLP-1 à falha dos contraceptivos sejam limitadas, o uso generalizado desses medicamentos significa que mesmo pequenos riscos podem se tornar uma preocupação”.

Para Bassel Wattar, obstetra e ginecologista do Hospital St Helier, no Reino Unido, outro motivo é que uma perda de peso significativa pode ajudar algumas mulheres, como aquelas que sofrem com síndrome dos ovários policísticos (SOP), a restaurar a ovulação natural e, com isso, “aumentar as chances de engravidar espontaneamente”.

“É importante recomendar métodos contraceptivos eficazes durante o uso dessas injeções, como o implante ou o DIU, que oferecem proteção mais robusta do que a pílula anticoncepcional combinada”, complementa.

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