No fim do ano passado, alunos da 121.ª turma do curso de Farmácia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contaram com a ajuda financeira da comunidade da cidade gaúcha para realizar a tão sonhada festa de formatura. Isso porque, à semelhança do caso de suspeita de desvio de recursos de estudantes de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma aluna integrante da comissão é acusada de desviar parte dos recursos arrecadados ao longo de dois anos.
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O rombo de R$ 15 mil foi descoberto em outubro do ano passado. Em 2019, a turma começou as ações para arrecadar os R$ 53,6 mil de que precisavam. Para isso, promoveu uma festa, além de venda de lanches e bebida. Uma aluna se ofereceu, então, para que fosse aberta uma conta em seu nome.
Descrita por outra integrante da comissão como alguém de “confiança” e “boa lábia”, a estudante conseguiu convencer os demais formandos a depositarem o dinheiro arrecadado na sua conta. Quando descobriram a falta dos recursos e a confrontaram, a estudante alegou ter utilizado o dinheiro para uma emergência familiar, mas disse também que outros alunos não tinham feito os depósitos.
Para tentar reverter o rombo, os estudantes promoveram mais uma festa na tentativa de arrecadar recursos, mas o evento deu prejuízo. A titular da conta disse que pretendia devolver o dinheiro, o que nunca aconteceu, segundo os colegas. Os demais integrantes da comissão então decidiram em dezembro tornar o caso público, divulgando informações na página do Instagram da turma e revelando a história ao jornal local, Diário de Santa Maria. Além disso, um boletim de ocorrência foi aberto na Polícia Civil, que chamou nesta semana os estudantes para os primeiros depoimentos.
A divulgação do caso fez surgir uma onda de solidariedade na cidade. Com apoio de pessoas comuns, além de duas empresas de Santa Maria que se envolveram diretamente com doações e ações de arrecadação, em 15 dias conseguiram recuperar os R$ 15 mil perdidos.
Uma lanchonete da cidade doou R$ 1 mil aos estudantes e também realizou uma promoção, criando um cupom que dava 10% de desconto em nome dos formandos e destinava R$ 1 de cada lanche comprado com voucher à comissão de formatura. Com isso, a festa ficou garantida, mas a estudante que fez o desvio ainda será investigada. A comissão pretende ingressar com uma ação civil contra a colega.
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