Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, afirmam ter descoberto, com auxílio de um programa de computador, 200 medicamentos que podem ser promissores no tratamento do novo coronavírus (Covid-19). Contudo, deste total, apenas 40 estão em fases de estudos clínicos até o momento.
Na análise, publicada por meio da revista científica Science Advances, os pesquisadores contaram com a ajuda de um modelo de computador, que foi alimentado com um mapa das proteínas que estão envolvidas na infecção pelo coronavírus – desde aquelas que contribuem para o vírus invadir as células até as geradas em consequência da Covid-19, conforme informação divulgada no portal Metrópoles, ontem (01/07),
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O sistema cruzou as informações com os dados de dois mil fármacos, aprovados para uso em outras doenças. Esses medicamentos foram, então, classificados por seus possíveis efeitos no combate à doença. A pesquisa aponta que alguns teriam potencial para funcionar contra a replicação viral e outros poderiam gerar uma resposta imunológica no combate ao vírus.
Além disso, alguns desses fármacos foram testados em células derivadas de humanos e primatas em laboratório e apresentaram bons resultados.
“Nosso estudo obteve informações inesperadas sobre os mecanismos por trás da Covid-19 e nos mostrou algumas drogas promissoras que podem funcionar para tratar ou prevenir a infecção. Usamos uma abordagem baseada em dados, essencialmente permitindo que algoritmos de inteligência artificial interrogassem bancos de dados. Depois validamos nossas descobertas em laboratório, confirmando o poder dessa abordagem”, explica um dos cientistas responsáveis pelo estudo, Namshik Han, na informação publicada pelo Metrópoles.
Cautela
Apesar do otimismo dos pesquisadores, esses medicamentos ainda precisam passar por estudos clínicos que possam atestar, de fato, a eficácia em humanos. Portanto, por hora, a segurança e os possíveis resultados dessas drogas no combate à doença não têm comprovação científica, conforme destaca o farmacêutico do Ministério da Saúde (MS), Rafael Poloni.
“Os medicamentos devem passar por um longo período de testes para que sejam utilizados com segurança e garantindo sua qualidade e eficácia. Estima-se que a cada 5 mil compostos avaliados, apenas 1, possivelmente, será comercializado, isso porque todos os testes devem ser cumpridos à risca, para evitar possíveis exposições a efeitos adversos e nocivos”, disse ele, em entrevista exclusiva à equipe de jornalismo do portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico.
Ele finaliza: “Então, os medicamentos devem ser utilizados apenas conforme preconizado em bula, seguindo a orientação médica, dos profissionais de saúde [como farmacêuticos, por exemplo] e da Agência Reguladora de Medicamentos [Anvisa]”, encerra Poloni, que também é professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ.
A pesquisa que destaca os 200 medicamentos promissores contra a doença está disponível no portal da revista científica Science Advances (confira aqui).
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