O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou, no ano passado, a Resolução 685/20, que reconhece como atribuição do farmacêutico os serviços em ozonioterapia como prática complementar e integrativa, passando a ser mais uma das diversas possibilidades que o profissional pode seguir, especialmente na saúde estética, área que tem atraído cada vez mais a atenção de quem almeja melhores salários e autonomia no exercício de suas funções.
Ozonioterapia é definida como técnica terapêutica que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, ou seja, o ozônio medicinal. É usada no tratamento de um amplo número de problemas de saúde e disfunções estéticas.
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde 702/18, trata-se de prática de baixo custo, segurança comprovada e reconhecida, que utiliza a aplicação de uma mistura desses gases por diversas vias de administração, com finalidade terapêutica, já utilizada em vários países, como Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Rússia, Cuba, China, entre outros.
Segundo o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), há algum tempo, o potencial terapêutico do ozônio ganhou muita atenção por conta da sua forte capacidade de induzir o estresse oxidativo controlado e moderado quando administrado em doses terapêuticas precisas.
A molécula de ozônio é biológica. Está presente na natureza e produzida pelo organismo, sendo que o ozônio medicinal (sempre uma mistura de ozônio e oxigênio), nos seus diversos mecanismos de ação, representa um estímulo que contribui para a melhora de diversas doenças, uma vez que pode ajudar a recuperar de forma natural a capacidade funcional do organismo humano e animal.
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Indicações
“Essa terapia é usada no tratamento de disfunções estéticas, como celulite, gordura localizada, estrias, flacidez, fibroses, queda capilar e manchas na pele. Além disso, é utilizada no tratamento de um amplo número de problemas de saúde, como pé diabético, hérnias discais, dores crônicas, infecções por herpes de difícil controle, inflamações intestinais crônicas, entre outros”, fala o assessor técnico do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) e professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Júlio Godinho.
O ozônio em baixas concentrações desempenha funções importantes dentro da célula, com propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, de modulação do estresse oxidativo, da melhora da circulação periférica e da oxigenação e ativação do sistema imunológico.
Para requerer sua habilitação em ozonioterapia junto ao Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o farmacêutico que não possua experiência prévia de atuação deverá cumprir critérios descritos pela Resolução CFF 685/20, como:
I - Ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), relacionado a esta área;
II - Ser egresso de programa de residência multidisciplinar de formação na área de ozonioterapia;
III - ser egresso de curso livre de formação profissional em ozonioterapia, reconhecido pelo CFF, de acordo com os referenciais mínimos obrigatórios para a prestação dos serviços que estão descritos no anexo I da Resolução 685/20.
Benefícios
Os benefícios da ozonioterapia são diversos. Ela previne, trata e alivia enfermidades ou doenças, além dos benefícios voltados para a prática estética. Godinho reforça que a gama de vantagens é enorme, pois são formulados protocolos clínicos personalizados e específicos para cada paciente, seguindo critérios de acordo com o plano de cuidado, via de administração a ser utilizada (endovenosa, intramuscular e retal), dosificação do ozônio, tempo de tratamento etc.
O ozônio é uma molécula triatômica, composta por três átomos de oxigênio, utilizada como agente terapêutico na ozonioterapia na forma de um gás incolor, obtido a partir do oxigênio, por meio de equipamentos específicos para esse fim.
“Devemos estar sempre atentos e utilizar somente equipamentos e materiais devidamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), assim como atender em local que siga as normas sanitárias vigentes, pertinentes à execução dessa atividade. Realizar a anamnese farmacêutica, avaliando sinais, sintomas e identificando as necessidades do paciente é essencial para a utilização dessa técnica, tão comentada atualmente”, afirma o professor.
Para a professora do ICTQ especializada em Biomedicina Estética, Jéssica Marques, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Com o ozônio não é diferente. É necessário cuidado para aplicação, nas dosagens e concentrações corretas de acordo com cada objetivo a ser tratado.
Mercado em expansão
Jéssica garante que o mercado de ozonioterapia está em expansão e que embora esteja disponível para muitos, ainda são poucos aqueles que buscam se especializar nesse segmento, indo atrás de literatura e da capacitação ideal. O profissional dedicado e que sabe aplicar de forma correta terá resultados fantásticos e será destaque no meio.
“O trabalho é lucrativo. O oxigênio é barato. Os insumos utilizados são os descartáveis, também com valores acessíveis. O grande investimento, sem dúvida, será na capacitação e no gerador de ozônio, que está saindo na faixa de R$ 8 mil a R$ 12 mil. Porém, as empresas facilitam o pagamento do equipamento e ele facilmente se paga”, garante a professora.
De acordo com Godinho, o farmacêutico habilitado deve identificar as técnicas de preparo e administração do ozônio pelas diferentes vias de administração, bem como entender e interpretar exames complementares necessários à avaliação do uso seguro da ozonioterapia. Outra questão relevante é entender as bases bioquímicas e os mecanismos de ação do ozônio medicinal no organismo, considerando seus efeitos adversos, suas contraindicações, toxicidade e interações com medicamentos e alimentos.
Terapia verdadeiramente eficaz
A O3line, empresa de desenvolvimento de tecnologias em geradores de ozônio, explica que a ozonioterapia é um tratamento 100% natural e não oferece risco de reação ou alergia. Uma vez aplicados à pele, produtos liberam ozônio para promover a drenagem de toxinas e a oxigenação da epiderme. A terapia é verdadeiramente eficaz, sem efeitos colaterais, se os protocolos forem seguidos corretamente.
Oferecer este tipo de tratamento integrativo aos seus clientes vai diferenciar sua clínica ou consultório dos demais e fidelizar seu público, pois os resultados aparecem logo nas primas sessões.
“Muitos artigos sobre ozonioterapia já foram publicados. Principalmente sobre sua aplicabilidade na saúde. Muitos profissionais vão até ouvir falar mal da técnica. Mas isso é devido a conflitos de interesses ou falta de informação. Uma técnica barata, com alto poder de cura e tratamento não é interessante para muitas pessoas. Mas a ciência é clara quanto aos efeitos do ozônio não só para seres humanos. Na veterinária já é muito bem difundido o poder de tratamento desse gás. E agora, novos estudos estão sendo publicados sobre a aplicabilidade estética, corroborando para sua definitiva aceitação no mercado brasileiro”, enfatiza Jéssica.
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