Em 2020, o Hemitartarato de Zolpidem, inibidor de sono, foi o medicamento controlado mais vendido em Curitiba, segundo dados divulgados pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa apontou que, na cidade, dos dez produtos controlados mais vendidos, oito foram de medicamentos voltados às doenças relacionadas com saúde mental. Somente o Hemitartarato de Zolpidem obteve teve 303.749 caixas vendidas.
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Para a psiquiatra e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo, Raquel Heep, o aumento expressivo da comercialização desses medicamentos controlados abriu alerta da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que constatou o agravamento de pacientes já em tratamento, como também o surgimento de novos casos, não apenas no Brasil, mas no mundo.
“Eu trabalho no SUS e isso é percebido também na rede pública. Em todo o mundo tivemos aumento de doenças relacionadas a saúde mental, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e até mesmo suicídio. A lista de medicamentos também é reflexo disso”, explicou Raquel Heep, em entrevista à Banda B.
Para ela, esses números também são reflexos da pandemia. Entretanto, a psiquiatra pontua que não é possível atribuir as causas apenas ao cenário da Covid-19, pois o aumento das vendas dos medicamentos controlados para saúde mental já havia sido observado também em 2019.
Prescrição correta a pacientes
A psiquiatra ainda alertou quanto à necessidade de busca para o tratamento adequado e prescrição médica correta, com avaliação aprofundada de cada paciente, para que esses tipos de medicamentos controlados não sejam receitados de forma banal.
“Infelizmente nem sempre os medicamentos são devidamente prescritos, já que às vezes há banalização e qualquer médico prescreve, mesmo sem um estudo mais aprofundado como o de um psiquiatra. Muitas vezes é apenas um sofrimento humano, uma ansiedade passageira, mas não uma doença. Nesses casos é preciso cuidado ao prescrever um medicamento que pode causar dependência”, concluiu.
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