‘Kit covid’ de graça para a população, estuda Ministério da Saúde

‘Kit covid’ de graça para a população, estuda Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde (MS) avalia distribuir um 'kit covid' gratuitamente para a população por meio do programa Farmácia Popular, revelou o Estadão. No pacote, sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina e o vermífugo ivermectina. Esses medicamentos não têm eficácia comprovada contra Covid-19, segundo especialistas, mas agradam o entusiasta da cloroquina, o presidente Jair Bolsonaro.

Para agradar ao chefe, o agora efetivo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defende o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Após dois ministros deixarem o MS, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, por divergências sobre a aposta no medicamento, coube ao general especializado em logística aprovar nova orientação da Saúde sobre o combate à Covid-19, que estimula o uso, desde os primeiros sintomas da doença, de cloroquina ou hidroxicloroquina (indicadas na bula para artrite reumatoide, lúpus e malária), associadas ao antibiótico azitromicina.

A ideia agora, até para desovar os altos estoques de cloroquina do Exército, é distribuir o medicamento juntamente com os demais num kit na Farmácia Popular. Será preciso prescrição médica para retirar o ‘kit covid’ e os estabelecimentos farmacêuticos que fazem parte do programa seriam reembolsados pelo governo. Em nota ao jornal, o MS afirmou que “a portaria está em estudo”.

Segundo apurou o Estadão, na tabela de preços definida pelo governo federal, a caixa com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina (400 mg) custa R$ 25 cada. Já dez comprimidos do antibiótico azitromicina (500 mg) valem R$ 35. Enquanto caixas com dois comprimidos da ivermectina (6 mg) custam R$ 15. Assim sendo, o governo desembolsaria R$ 75 por paciente sem ter uma eficácia comprovada.

Para o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o médico Gonzalo Vecina, revela “ignorância” o estudo sobre a inclusão do ‘kit covid’ no Farmácia Popular. “Não tem explicação científica para uso desses medicamentos. Só um general para fazer isso”, disse ao Estadão.

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Em julho, a Associação Médica Brasileira (AMB) se pronunciou sobre o uso de medicamentos sem comprovação contra a Covid-19. “Não existem estudos seguros, robustos e definitivos sobre a questão, há várias fragilidades que impedem que sejam considerados conclusivos”. A entidade defendeu a autonomia do médico na prescrição de medicamentos, mas criticou o uso político da hidroxicloroquina, que, na visão da AMB, “deixará um legado sombrio para a medicina brasileira”.

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O médico Drauzio Varella também contestou em entrevista à RBS TV a prescrição e o uso do ‘kit covid’. “Se você olha a cloroquina, ou a hidroxicloroquina, que é um derivado, provocam arritmias cardíacas. Dar na mão de uma população... algumas pessoas vão morrer de arritmia cardíaca. Será que você não vai matar mais gente fazendo um tratamento e provocando um efeito colateral indesejável do que essa pessoa pegando o coronavírus e tendo uma infecção? Na maioria dos casos é uma infecção que corre sem complicações maiores”, esclareceu.

De acordo com Varella, a questão do ‘kit covid’ é mais política do que sanitária. “As pessoas têm que entender que esse assunto da cloroquina foi politizado. Eu me lembro de uma entrevista do Donald Trump, logo no começo da epidemia que ele dizia: 'It's a great drug' (É um ótimo remédio). E se criou uma história em cima de um medicamento, baseada em um trabalho desenvolvido na França, que quando você olha, quem tem o mínimo de formação científica diz 'isso aqui não vale nada’”, resumiu o médico.

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