Estudo publicado pela revista científica norte-americana PNAS, na segunda-feira (14/09), mostrou que milhões de habitantes estão ameaçados por uma espécie de mosquito transmissor da malária, que é nativa da Ásia e está particularmente adaptada ao ambiente urbano.
De acordo com os cientistas, milhões de pessoas de cidades africanas podem se tornar alvo desse inseto, pois, naquele continente, até então, um dos mosquitos mais ativos é o Anopheles gambiae, que, inclusive, recebeu o apelido de animal mais perigoso da Terra, mesmo ele não gostando de poças de água poluída, que são comuns em lugares com população ativa. Além disso, ele também não aprendeu a colocar suas larvas em reservatórios urbanos de água potável. No entanto, os pesquisadores mapearam a expansão de outra espécie, o Anopheles stephensi, que tem um comportamento diferenciado.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
“Essa a única espécie que conseguiu penetrar nas áreas urbanas centrais”, explicou a entomologista e pesquisadora da Universidade de Oxford, Marianne Sinka.
Segundo os pesquisadores, esse mosquito nativo da Ásia desenvolveu habilidades para fazer uso dos depósitos de água das cidades, principalmente, os de cimento e tijolo, onde ele procura pequenos buracos para depositar suas larvas.
O estudo ainda revela quais são os locais na África em que o ambiente é mais apropriado para a entrada e proliferação desse mosquito. De acordo com os cientistas, regiões com alta densidade populacional, onde faz calor e, consequentemente, tem chuva proporcional são mais propensas ao surto.
Com base nisso, a pesquisa identificou 44 cidades que são “altamente adaptadas” ao mosquito, onde vivem cerca de 126 milhões de africanos que podem estar em risco. “40% das pessoas que vivem em áreas urbanas podem ficar de repente vulneráveis e contrair malária, seria muito grave”, alerta a Marianne, segundo matéria publicada na Isto É.
Mais informações
Outra característica dessa espécie é que, ao contrário dos mosquitos africanos, que optam por picar humanos à noite em meio às quedas de temperatura, o Anopheles stephensi tem preferência pela tarde, então, os mosquiteiros nas camas, que são normalmente usados em horários de pico, não teriam eficácia, caso o surto de fato aconteça.
Participe também: Grupo de WhatsApp e Telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.