Preço do analgésico fentanil, usado em intubações, principalmente agora com os casos graves de internação por Covid-19, disparou em Belo Horizonte. Hospital da capital mineira chegou até a reduzir cirurgias eletivas, informou o jornal O Tempo.
De acordo com levantamento do periódico, a maior variação foi encontrada no Hospital Vera Cruz, situado na região Oeste de BH. Em janeiro, a unidade pagava R$ 0,90 por cada ampola de 2 mL do medicamento, agora o valor está em R$ 19,50, um aumento de 2.066%. O hospital afirmou que isso impactou a diminuição de cirurgias eletivas e também na redução da receita da empresa.
A nem sempre boa, mas velha lei da oferta e da procura também vale para produtos essenciais. No caso do fentanil, o preço saltava conforme a demanda do analgésico seguia uma trajetória de alta, passando de 760 unidades, consumidas no mês de junho deste ano, para as 2.500 demandadas em agosto, dois meses depois, uma elevação de 228% no uso do fentanil.
Usado para reduzir o desconforto do paciente no ato da intubação, uma intervenção hospitalar bastante agressiva, o fentanil também tem tido elevação de preço nas compras feitas em hospitais públicos. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a prefeitura registrou aumento de preço do analgésico de 101%, passando de R$ 3,96 para R$ 7,99 no comparativo de aquisições realizadas entre os meses de julho e agosto de 2020.
O município informou ao Tempo que, apesar dos aumentos, não houve falta do medicamento.
Uma compra do analgésico está em andamento pela prefeitura, conforme pregão eletrônico 47/2020. Já o governo de Minas Gerais disse ao jornal que não houve alta no valor do fentanil, mas confirma elevação de preço em vários medicamentos utilizados em kits de intubação e enfrentamento à Covid-19.
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Enquanto na rede pública não houve falta, na rede privada houve dificuldades na compra de todos medicamentos utilizados contra a Covid-19, segundo confirmou o presidente da Central dos Hospitais, entidade que agrega as unidades de saúde particular, Reginaldo Teófanes.
“Todos os medicamentos de anestesia geral e sedativos utilizados em intubação ou faltaram ou subiram muito de preço. Tivemos que encontrar alternativas”, salientou o médico ao jornal. “O fentanil faltou e voltou a conta-gotas”, completou o profissional, ao relatar o contexto encontrado no hospital Santa Rita, em Contagem, onde ele ocupa o cargo de diretor-presidente.
Hospitais privados de outros locais, como o Distrito Federal, também reclamaram de preços altos no anestésico, segundo o site Metrópoles. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que apura infrações de regulação de preços de medicamentos, informou ao Tempo que não pode se manifestar sobre supostas investigações em curso.
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