Após ter tomado um anti-inflamatório sem prescrição médica ou orientação do farmacêutico, a atriz Klara Castanho se tornou mais uma vítima da automedicação no Brasil. Ela teve uma reação alérgica ao produto. Em suas redes sociais, a artista publicou uma série de vídeos falando sobre o susto.
"Quando eu era mais nova eu já tinha tido uma alergia a um anti-inflamatório. Ontem, minha garganta começou a inflamar. Comprei um anti-inflamatório, mas fui para o genérico. Tomei, normalmente, à tarde, à noite e hoje de manhã”, contou.
Em seguida, ela explica que teve sintomas de intoxicação. “Quando acordei, metade do meu rosto estava muito mais inchado que a outra. Mostrei para a minha mãe e achei que não era nada demais. Cogitei até que tinha sido reação a algum produto que eu passei na pele. Fui ao médico. Tive uma grande reação alérgica, meu corpo inteiro pipocou".
Ainda nos vídeos, Klara pediu aos fãs que não se automedicassem. "Quero deixar um aviso: não se mediquem sozinhos. Não costumo fazer isso, mas eu estava fora de casa, minha garganta começou a doer muito e não foi a primeira vez que eu tomei esse anti-inflamatório, não sei por qual motivo tive essa reação agora. Tomem muito cuidado. Já estou melhor, estou ótima, mas foi um susto".
Em recente entrevista ao portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o coordenador de saúde da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica do Estado de São Paulo, Victor Hugo Costa Travassos da Rosa, fez um alerta sobre os riscos relacionados à automedicação. “É uma prática que pode levar até a morte. Consumir um medicamento sem orientação médica ou farmacêutica é uma atitude perigosa. A pessoa deve sempre procurar se informar com médicos ou farmacêuticos”.
Ele ainda enalteceu o trabalho dos farmacêuticos e aconselhou que a população faça uso do serviço prestado pelos profissionais da categoria. “Veja, se voltarmos no tempo, quem fazia esse papel de orientar os pacientes era os farmacêuticos. Sempre tinha aquela farmácia do bairro, que era mais próxima de casa, que desempenhava essa função. Todo cidadão no Brasil, toda família, tinha aquele farmacêutico de confiança. Infelizmente, nós perdemos um pouco dessa cultura, isso foi ruim, porque, em muitas situações, não tem um médico em toda esquina para ajudar”, enfatiza.
Automedicação no Brasil
No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo ICTQ, em 2018, 79% das pessoas com mais de 16 anos admitiam tomar medicamentos sem prescrição médica ou farmacêutica. Esse percentual cresceu desde de 2014, quando os números diziam que 76,2% se automedicavam, e em 2016, 72%. Ainda de acordo com o estudo, o imediatismo e o maior acesso à internet estão entre os motivos para o aumento nos números.
Um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) corrobora esses dados. O estudo mostrou que os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil. Entre 2012 e 2017, foram 241.967 casos, ou seja, 40% do total de 590.594. Isso significa que há, pelo menos, três vítimas a cada hora, sendo as crianças as mais afetadas.
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