A automedicação, historicamente, tem sido foco da atenção de farmacêuticos, médicos e outros profissionais de saúde, que veem essa atitude (comum entre seus pacientes) engrossar as estatísticas de problemas relacionados a medicamentos. Por conta disso, desde 2016, o ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, de forma pioneira no Brasil, tem lançado luz sobre um novo comportamento na saúde pública - o autodiagnóstico - e que também culmina na automedicação.
“A revolução digital vivenciada principalmente pelas gerações mais jovens, o acesso generalizado aos smartphones, a conectividade da internet mais rápida e sites de buscas consolidados como oráculos têm fomentado o abandono aos consultórios médicos e aos laboratórios de exames e diagnósticos em todo o País”, afirma o fundador do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade.
40% dos brasileiros fazem autodiagnóstico médico pela internet! Esse foi o resultado da segunda edição do estudo realizado pelo ICTQ. Esse índice revelado na pesquisa foi noticiado, na primeira semana de agosto de 2018, pelos principais veículos de comunicação do Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo trouxe o resultado do estudo do ICTQ como manchete de capa em sua versão impressa e também na online. Além disso, o tema foi abordado com destaque pelas revistas ISTOÉ e Exame, pelos jornais Zero Hora (RS), Gazeta do Povo (PR), Diário do Nordeste (CE), O Popular (GO), Correio Brasiliense (DF) e pelos Portais G1, R7, Uol e Terra, entre outros.
Índice recorrente
Em sua primeira edição, realizada em 2016, a pesquisa já revelava o mesmo índice atual de 40%. Naquele ano, o estudo apontou o ranking das capitais com o maior número de pessoas que realizavam o autodiagnóstico de saúde na internet:
1º Brasília (DF), com 66%
2º Vitória (ES) e Salvador (BA), com 59%
3º Natal (RN), com 55%
Já em 2018, a segunda edição do estudo confirmou o índice de 40% dos brasileiros que se autodiagnosticam e revelou ainda o perfil das pessoas que abandonam os consultórios médicos. Os números são mais elevados entre os jovens, os cidadãos de nível superior e os das classes A e B.
“O perfil apurado na segunda edição desse estudo deixa claro que o autodiagnóstico médico na internet não é um comportamento resultante apenas da precariedade da saúde pública e suplementar no País. Esse comportamento é também resultado de um estilo de vida cada vez mais digital - com tempo escasso e imediatista”, avalia Andrade.
Autodiagnóstico médico na internet de acordo com a FAIXA ETÁRIA
16 a 24 anos: 52,77%
25 a 34 anos: 54,97%
35 a 44 anos: 43,41%
45 a 59 anos: 33,23%
60 anos ou mais: 19,72%
Autodiagnóstico médico na internet de acordo com a ESCOLARIDADE
Ensino fundamental: 20%
Ensino médio: 48%
Ensino superior: 63%
Autodiagnóstico médico na internet de acordo com a CLASSIFICAÇÃO SOCIOECONÔMICA
Classes A e B: 55%
Classe C: 42%
Classes D e E: 26%
Autodiagnóstico médico na internet de acordo com a REGIÃO GEOGRÁFICA
Sudeste: 44%
Norte e Centro-Oeste: 42%
Sul: 40%
Nordeste: 35%
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Metodologia do estudo
A pesquisa qualitativa foi realizada com homens e mulheres, com idade a partir dos 16 anos. As entrevistas foram feitas de forma pessoal e individual, com abordagem em pontos de fluxo populacional, com 2.090 pessoas de todas as regiões do País, em 120 municípios.
As entrevistas de campo foram realizadas entre 9 e 18 de maio de 2018. O desenho amostral foi elaborado com base em informações do Censo 2010/ Estimativa 2018 (fonte IBGE) e contemplou os seguintes estágios:
1. Estratificação por Unidade Federativa e porte dos municípios;
2. Sorteio dos municípios;
3. Sorteio do ponto onde foi realizada a pesquisa;
4. Seleção do entrevistado utilizando cota de sexo e idade.
Para controle do perfil foram utilizadas cotas de sexo e idade, de acordo com o Censo 2010/ Estimativa 2018. A margem de erro máxima para a amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.
Assista a reportargem do SBT Brasil sobre essa pesquisa.