Não há quem trabalhe, viva ou passeie sem o apoio mínimo de algum equipamento de tecnologia. Sinal dos tempos...Os tablets e smartphones passaram a ser plataforma básica para os negócios e se tornaram fundamentais no dia a dia dos profissionais e, o segmento de saúde, especialmente o farmacêutico, já incorporou a tecnologia em sua atuação. Segundo o farmacêutico fundador e diretor do site PFarma - voltado à área farmacêutica, Fabio Reis, atualmente há uma variedade de aplicativos de saúde que ajudam desde a população até aos profissionais ligados à área.
Ele menciona alguns aplicativos cujo intuito é auxiliar o usuário a ter uma vida mais saudável. São programas que verificam o gasto energético, que ajudam as pessoas a ingerir o volume de água aconselhável diariamente, entre outras funções. Já outros são mais instrutivos e ensinam, por exemplo, como deve ser feito o autoexame da mama, a conhecer o seu ciclo menstrual e a ter bons hábitos diante de alguma doença. Outra classe de aplicativos ajuda os pacientes a registrar parâmetros e dados que podem ser úteis para compartilhar com o médico e outros profissionais de saúde. Por exemplo, armazenar dados sobre a pressão arterial, glicemia, peso, medidas respiratórias para os pacientes com asma, entre outros.
Produtos para os farmacêuticos e usuários de seus serviços
Para os profissionais de saúde os aplicativos podem auxiliar na marcação de consulta e lembretes para os pacientes sobre as consultas, como também em cálculo de parâmetros e dosagens de medicamentos.
Reis comenta que o suporte tecnológico pela rede pode ser de fundamental importância para o farmacêutico: “Esse profissional pode acompanhar a eficácia do tratamento farmacológico por meio do seguimento e registro da pressão arterial, por exemplo. O farmacêutico pode saber se o paciente está respondendo bem ao tratamento ou se é necessário encaminhá-lo para uma nova consulta médica”.
Esses produtos também podem ajudar a melhorar a adesão ao tratamento, já que lembram aos usuários sobre os horários de tomar o medicamento. Assim fica garantido que o paciente não irá se esquecer de tomá-lo e ainda irá fazê-lo no horário correto. “Já outros aplicativos, como o lançado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), podem ajudar os pacientes a encontrar as farmácias regulares, garantindo assim a assistência farmacêutica”, fala Reis.
Benefícios para a saúde
Estudo conduzido pela Mayo Clinic (Estados Unidos) constatou que o uso de aplicativos voltados ao controle de parâmetros médicos pode reduzir em 40% a readmissão hospitalar. O estudo foi conduzido com 44 pacientes que foram hospitalizados após um ataque cardíaco e separou os em dois grupos: 25 receberam os cuidados para reabilitação cardíaca e o acompanhamento por aplicativos e os 19 receberam apenas os cuidados de reabilitação. Em 90 dias os resultados mostraram que apenas 20% dos pacientes do grupo que utilizou o aplicativo de controle de parâmetros tiveram novas ocorrências, enquanto que no grupo que não o utilizou o índice foi de 60%. No caso, o programa apenas registrava alguns parâmetros diariamente, como peso e pressão arterial, além de fornecer dicas e atividades para ajudar a evitar novos problemas cardíacos.
Os usuários de medicamentos são muito beneficiados com esse suporte tecnológico. Um bom exemplo a ser citado é o recurso que permite a manutenção de um histórico de medicamentos que o usuário não pode usar, seja por alergia ou interação medicamentosa. Há vários aplicativos desses na rede, como o eVita, por exemplo. O objetivo deles é auxiliar os pacientes a ter uma vida mais saudável por meio de monitoramento e informações. Eles não devem fazer sugestão de medicamentos ou estimular o seu consumo. Por esse motivo há a necessidade de rigoroso controle de sua disponibilização para o público.
Só que vale um alerta contra a automedicação, já que muitos usuários podem querer utilizar esses recursos para autodiagnostico: nunca é demais citar que a automedicação é uma prática cultural de 76,4% dos brasileiros (segundo pesquisa do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-graduação para o Mercado Farmacêutico) que deve ser evitada.
Claro que, em hipótese alguma, a tecnologia poderia substituir a consulta. Ela é apenas uma aliada no registro de informações e monitoramento sobre o estado de saúde dos pacientes. Esses aplicativos devem servir apenas como um meio a mais de diagnóstico a ser avaliado durante a consulta e podem auxiliar na escolha do medicamento indicado para a prescrição.
Suporte nos negócios farmacêuticos
O farmacêutico proprietário e administrador da Farmácia Verde, de Lajedo (PE), Genilson Márcio de Lima, é um adepto da tecnologia para seu negócio. Ele utiliza diversos aplicativos para dispositivos móveis para melhorar o atendimento e comunicabilidade com os seus clientes e possui um software de gestão da farmácia.
Lima cita alguns exemplo que ele utiliza, como o eVita, que é gratuito e ajuda a analisar algumas interações dos medicamentos. Há também o Caixa de Remédios, em que é possível organizar os medicamentos dos seus clientes, já que esse aplicativo avisa a hora de administrar os medicamentos e também possui uma função de leitura de código de barras que dá algumas informações básicas sobre os produtos, e também é gratuito.
“Utilizamos o Face Time para a prestação de atenção farmacêutica, quando o nosso funcionário faz a entrega dos medicamentos nos domicílios dos nossos clientes e, por meio de um tablet com o Face Time conseguimos, a partir da nossa farmácia, dar as informações necessárias aos nossos clientes sobre os medicamentos adquiridos”, ressalta o farmacêutico, que também utiliza o WhatsApp para pedidos de medicamentos dos clientes e para esclarecer dúvidas sobre esses produtos.