O ICTQ foi um dos apoiadores do evento Emprefarma 2015 – 1º Meeting de Empreendedorismo e Gestão Magistral, acontecido entre 26 a 28 de novembro, em São Paulo. O segmento está em franca expansão. No Brasil existem mais de dez mil farmácias de manipulação registradas no Conselho Federal de Farmácia e o nicho cresce atraído por faturamento alto e retorno em médio prazo.
“As farmácias magistrais no Brasil são consideradas referência no mundo todo. O setor vem conquistando esse reconhecimento por ser de extrema importância para o sistema de saúde brasileiro, principalmente porque proporciona ao usuário a personalização do seu tratamento”, diz o diretor do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. “Nós reconhecemos e valorizamos a importância desse setor, e principalmente inciativas como o Emprefarma”, diz.
O evento foi considerado um sucesso. “Nós da Pharmaceutical Consultoria vivemos um sonho real nos dias em que o Emprefarma foi realizado. O objetivo de plantar a semente do despertar para um novo conceito de gestão e empreendedorismo no mercado de farmácias de manipulação foi alcançado plenamente e com intenso reconhecimento pelos participantes, tanto expositores como os participantes que se beneficiaram com a proposta”, falou o diretor de Relacionamento da Pharmaceutical, organizadora do Meeting, Regis Luiz.
Ele afirma que o feedback dos participantes atingiu a escala máxima, ou seja, excelência. O objetivo era entregar valor em práticas de gestão administrativa aos gestores, decisores, compradores e proprietários de farmácias de manipulação. “Eles entenderam a proposta e estão em consonância para a continuidade do evento Emprefarma para auxiliar na perpetuação da cultura de boas práticas de gestão da cadeia produtiva magistral”, ressaltou o executivo.
O presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Ademir Valério da Silva, esteve presente no Emprefarma. Ele disse ao Anuário do ICTQ: “Há diversas frentes em que o segmento magistral vê boas perspectivas de atuação. A demanda por tratamento individualizado é uma tendência que temos visto de forma muito clara”. Para ele, a farmácia magistral sempre terá papel importante para atender aos grupos de pessoas que necessitam de drogas, dosagens ou formas farmacêuticas pouco comuns e que são, portanto, inviáveis para produção em escala pela indústria.
Como exemplo pode ser citado o tratamento de doenças raras ou o preparo de um xarope para pessoas que têm dificuldade de engolir o comprimido industrializado. Além disso, há as pessoas idosas que têm metabolismo diferente do de adultos e necessitam de ajustes na dosagem. Muitos desses idosos ingerem vários medicamentos diariamente. A combinação de mais de um fármaco em uma mesma cápsula é uma opção que a farmácia magistral oferece e que pode facilitar o sucesso do tratamento.
O setor magistral é um campo que deve evoluir ainda mais nos próximos anos juntamente com os avanços do cuidado com a saúde. Os benefícios dos fitoterápicos são cada vez mais reconhecidos pela comunidade científica e pelos prescritores e têm ampla aceitação por parte da população, de modo que se abrem como importante mercado a ser explorado pelos empreendedores do setor. Da mesma forma, ocorre o preparo de suplementos alimentares, o desenvolvimento da cosmecêutica e a farmacogenômica como campos nos quais os negócios do setor tendem a evoluir. Tudo isso impulsionado pela melhoria que se observa no investimento da população, de forma crescente, em saúde e cuidados com o corpo e a estética.
Como começou
O crescimento expressivo do setor no Brasil data da década de 1980, quando, em consequência do Plano Cruzado, o País sofreu um desabastecimento de medicamentos industrializados. Para suprir a demanda por assistência farmacêutica, houve um aumento da procura por farmácias de manipulação. Essa rápida expansão do segmento motivou também o desenvolvimento de uma legislação sanitária própria para a produção de produtos e medicamentos nas farmácias. Em 2000, o Brasil aprovou a primeira regulamentação técnica exclusivamente para as práticas magistrais (RDC 33) e, em 2007, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a RDC 67, norma que estabelece as boas práticas para manipulação no País.
Esse histórico foi responsável por um importante amadurecimento do segmento magistral brasileiro, que atualmente é referência mundial. Além disso, esse processo gerou reconhecimento pela população e pelo Governo sobre a importância do segmento para o sistema de saúde nacional.