Todo farmacêutico deveria ser chamado de doutor?

Por diversas vezes presenciei discussões, muitas delas acirradas, sobre o “pseudônimo” de Doutor atribuído pela população a médicos e advogados, mesmo que estes não tenham defendido uma tese num programa de doutorado. O hábito de chamar advogados e médicos de Doutor vem do período colonial. Nessa época, o termo era utilizado para se referir aos que tinham estudado fora do país, e a maioria dos jovens ricos cursavam medicina ou direito. O fato que me fez escrever este artigo é que, ainda hoje, os médicos continuam sendo chamados de Doutor. Essa tradição é reforçada por boa parte dessa classe profissional, que usa o termo em cartões de visita, placas de identificação, perfis nas redes sociais e, inclusive, ao se referirem a outros médicos. Visto isso, lhe pergunto: nós, farmacêuticos, também devemos nos autodenominar Doutores?

Antes de emitir minha opinião sobre este tema, controverso entre os profissionais de saúde, vejamos como nossos colegas enfermeiros levam essa discussão a sério. Em 2001, o Conselho Federal de Enfermagem criou a RESOLUÇÃO 256 para autorizar o uso do título de Doutor pelos enfermeiros. Segundo o COFEN, o uso deste título tem por fundamento a confirmação da autoridade científica profissional perante o paciente. De acordo com a autarquia que representa os enfermeiros “a não utilização do título de Doutor, leva a sociedade, e mais especificamente a clientela, a que se destina o atendimento da prática da enfermagem pelo profissional da área, a pressupor subalternidade, inadmissível e inconcebível, em se tratando de profissional de curso superior”.

E agora? Será que os enfermeiros estão certos? Será que nós farmacêuticos também devemos seguir este caminho e adotar de forma definitiva o “Dr.” antes do nome? Na minha opinião, sim! De forma definitiva e irrestrita. Por um motivo simples e direto: FUNCIONA. Em pleno 2018 temos que parar com essa discussão improdutiva, de mesa de bar, de que “doutor é quem tem doutorado”. Isso é conversa fiada, resquício de uma picuinha entre profissionais de saúde, que não cabe numa época que adota o conceito de equipe multiprofissional como modelo de operacionalização para todos os modelos modernos de sistemas de saúde.

Temos de enxergar a palavra “Doutor” como parte de uma estratégia de comunicação profissional, capaz de comunicar para o público leigo, de forma simples e direta, que o detentor deste título é um profissional de saúde, especialista na área em que atua, que cursou uma faculdade, onde o conhecimento adquirido lhe atribui autoridade para desenvolver a profissão que adotou. Faz parte de ser forte, parecer forte! Detalhes como o título Doutor, o jaleco e as roupas brancas são formas de comunicação poderosas, que, ao invés de criticar, devemos adotar. Negar o que provou ser uma estratégia bem-sucedida é no mínimo amadorismo.

Por fim, espero que ao entrar em qualquer farmácia brasileira, eu encontre um farmacêutico (a) com vestimenta branca e jaleco diferenciado dos uniformes dos balconistas, com o “Dr.” bordado no bolso - antes do nome. Espero ver os balconistas e clientes se referindo a estes profissionais como Doutor. Espero ver seus diplomas de graduação e pós-graduação emoldurados em local de destaque na parede do estabelecimento. E, mais do que tudo, espero que os clientes peçam para ser atendidos pelo Doutor. O (re)conhecimento traz responsabilidades!

* Professor do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), Bacharel em Farmácia, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. Atua como consultor em gestão de varejo farmacêutico e é autor dos livros “Gestão Estratégica para Farmacêuticos” e “A Arte da Guerra para Farmacêuticos”.

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