3 lições do Juiz Sérgio Moro para Farmacêuticos

Sérgio Fernando Moro, escritor, professor universitário e juiz federal da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, é um dos nomes mais badalados da história recente do pais. Seja na grande mídia ou nas rodas de conversa das mesas de bar, o novo auxiliar do presidente eleito, Jair Bolsonaro, é onipresente. Graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, Moro ganhou notoriedade nacional e internacional por comandar desde 2014 os julgamentos em primeira instância dos crimes elucidados pela Operação Lava Jato, que, de acordo com o Ministério Público Federal é o maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil.

Admirado por muitos e odiado por outros, por motivos que não vem ao caso - afinal nosso artigo não tem cunho político - o Juiz Paranaense possui características marcantes em sua personalidade, que poderiam alavancar as chances de sucesso profissional de um farmacêutico. Confie em mim, temos muito a aprender com o mais novo “Superministro” da Justiça do Brasil. Eu lhes apresento as 3 lições do Juiz Sérgio Moro para Farmacêuticos.

Primeira lição: especialize-se ao ponto de se tornar uma referência em determinada área.

Moro chegou onde chegou porque é um especialista, com denso conhecimento teórico e vasto conhecimento prático-investigativo numa área que poucos juízes conhecem a fundo, os crimes financeiros. Com mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Paraná, o algoz de alguns políticos brasileiros também cursou o programa de instrução de advogados da Harvard Law School em 1998 e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro, sua especialidade, promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. O Juiz da lava-jato também trabalhou no caso Banestado (que resultou na condenação de 97 pessoas); na Operação Farol da Colina (onde decretou a prisão temporária de 103 suspeitos); e auxiliou a ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, no caso do Escândalo do Mensalão; todos os casos com foco em crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O sucesso da Lava-jato, que recuperou 13,4 bilhões de reais, segundo os cálculos da Folha de São Paulo, não aconteceu por acaso. No linguajar popular, a investigação “caiu nas mãos da pessoa certa, que estava no lugar certo!”.

O mesmo case de sucesso do juiz pode ser replicado na área farmacêutica. Conheço muitos farmacêuticos bem-sucedidos profissionalmente e entre eles verifico uma coisa em comum: são referências na área onde atuam, sejam gestores, clínicos ou empreendedores. Para especializar-se, cursar uma pós-graduação é imprescindível, mas praticar os conceitos aprendidos no curso é o que difere os especialistas dos pós-graduados. Os primeiros resolvem os problemas, os outros acreditam não existir.

Segunda lição: tome decisões sem se deixar intimidar pelas críticas.

Não foram poucas as críticas recebidas por Sérgio Moro diante da condução da maior operação anticorrupção do Brasil. Estas vieram de parte da população, de políticos, da imprensa e até mesmo do Supremo Tribunal Federal. Um dos casos mais controversos da carreira do magistrado aconteceu em 2016, quando ele retirou o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio com a presidente Dilma Rousseff, assim que a mesma tentou nomeá-lo como ministro chefe da Casa Civil. Isso sem falar na determinação da condução coercitiva do ex-presidente Lula e nas inúmeras prisões ocorridas no centro do poder empresarial e político. Concordar ou não com as ações do juiz não vem ao caso (não sou analista político e tampouco jurídico). O que saltou aos olhos foi a coragem que Moro teve ao tomar estas decisões e se expor. Muitos prefeririam fugir dos holofotes e se render às forças que se opunham à Lava-Jato.

Nós farmacêuticos precisamos nos imbuir da autoridade profissional que nosso conhecimento técnico nos confere. Precisamos perder o medo de discordar, seja dos patrões, dos pacientes ou de outros profissionais de saúde. Se você acha que determinado paciente precisa ter sua terapêutica contestada, mãos à obra! Explique os motivos para o paciente e escreva uma carta para o médico sugerindo a desprescrição.  Minha experiência como consultor e palestrante me ensinou que a maior dificuldade encontrada por jovens gerentes e coordenadores farmacêuticos é DIZER NÃO! Ou seja, discordar. Aqueles que se escondem na própria zona de conforto costumam ficar para trás na vida e na profissão.

Terceira lição: assuma riscos!

Em minha opinião, a capacidade de assumir risco é a principal característica de Sérgio Moro. Não pense que abrir mão dos benefícios, segurança profissional e status de uma carreira no judiciário, para assumir um cargo executivo, num dos ministérios mais complexos e de maior visibilidade da esplanada, é tarefa para muitos. Esse desafio traz riscos monumentais, como: a) de não conseguir se adaptar à dinâmica do poder executivo; b) de ser tragado por algum processo de corrupção dentro da pasta que vai ocupar; c) de discordar das posições do presidente eleito; d) de ser substituído por problemas políticos; e) de ter questionadas as decisões que tomou enquanto juiz (o que já acontece); f) de não conseguir implantar políticas públicas de sucesso na área de segurança, etc. Diante de tantos riscos, existe a possibilidade de realizar um bom trabalho e ser conduzido para um cargo no STF, que não era uma possibilidade descartada, caso permanecesse na sua zona de conforto. Temos que concordar, Moro nasceu para ser protagonista.

E nós farmacêuticos? Que riscos temos assumido em nossas carreiras profissionais? Quantos de nós teriam a coragem de abandonar um concurso público, com um salário de R$ 33 mil (mais benefícios), para assumir um cargo de chefia numa indústria farmacêutica, com o mesmo salário, visando uma futura diretoria? Poucos! Eu mesmo não faria. Não tenho a coragem de Moro, mas tenho a mente aberta para procurar aprender com suas lições. Desejo ao futuro ministro, boa sorte em sua empreitada. Que nossos filhos herdem um país menos corrupto e violento!

* Professor do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), Bacharel em Farmácia, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. Especialista em Marketing Digital (FMU), Tecnologia Farmacêutica (UFRJ) e Mestre em Inovação (PUC). Atua como consultor em gestão de varejo farmacêutico e é autor dos livros “Gestão Estratégica para Farmacêuticos” e “A Arte da Guerra para Farmacêuticos”.

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