Luiz Donaduzzi, o Farmacêutico gerador de ideias e riquezas

Alguns - considerados sensatos e prudentes - diriam que a melhor coisa para um farmacêutico é ter sua própria farmácia e estar confortável, atuando como farmacêutico ao lado de sua esposa, também adepta da mesma profissão...que vida boa...Sim, para alguns!

Para outros - com bem menos sensatez e bem mais ousadia – a melhor opção foi escolher algo totalmente diferente! Estamos falando de Luiz Donaduzzi, que vendeu sua farmácia próspera no interior do Paraná e largou sua vida tranquila para fazer mestrado e doutorado na França, juntamente com sua esposa! Resultado? Seu arrojo e coragem o levaram, algumas décadas depois, a se tornar um dos mais respeitados líderes farmacêuticos do Brasil, dono de uma das maiores indústrias nacionais - a Prati-Donaduzzi.  

É fato que, atualmente, ele é considerado uma das figuras mais influentes no cenário industrial farmacêutico. Mas engana-se quem pensa que ele herdou seu império! Na verdade, ele o conquistou com sua visão futurista e perfil empreendedor.

Este farmacêutico e doutor em Biotecnologia pelo Instituto Politécnico de Lorraine de Nancy (na França) propiciou um crescimento sem precedentes da indústria nacional, com as operações sempre amparadas na tríade qualidade, ética e seriedade. Isso proporciona à Prati-Donaduzzi a projeção de crescimento de 25% ao ano, previsto até 2020.

Claro que tanto trabalho e sucesso lhe conferem poder suficiente para ter seu transporte aéreo particular e também a Equipe Prati-Donaduzzi de Stock Car, cujos pilotos são o paranaense Júlio Campos e o amazonense Antonio Pizzonia.

Além disso, ele doou (de recursos próprios, em conjunto com sua esposa Carmem) R$ 100 milhões ao empreendimento chamado Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark). Com uma estrutura total de 4 milhões de metros quadrados, o maior parque tecnológico do Brasil está sendo instalado em Toledo, e transformará a região Oeste do Paraná em um polo de pesquisa, desenvolvimento empresarial e inovação tecnológica voltado para a biociência.

A estrutura, com mais de 3 mil terrenos, gerará 30 mil empregos em diversas áreas e já conta com um espaço reservado para universidades, hospitais, incubadoras, indústrias e áreas comerciais e residenciais. A inauguração do seu primeiro prédio será em janeiro de 2018 - a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná.

Conheça mais sobre esse proeminente líder farmacêutico.

ICTQ – O senhor se define como gerador de ideias. Foi isso o que o fez vender tudo e levar sua esposa para a França para estudar?

LUIZ DONADUZZI – De certa forma, sim. Eu não me via passando o resto da vida no balcão de uma farmácia. Minha esposa, Carmem, apoiou minha ideia e fomos estudar fora. Isso me deu subsídios para pensar grande, pensar no futuro e conquistar grandes realizações.

Eu sou um gerador de ideias. Talvez não seja um excelente farmacêutico e nem um excelente gestor, mas hoje gero muitas ideias que valem milhões de reais. E eu criei um grupo com o objetivo de desenvolver e gerar ideias que sejam implantadas de acordo com o momento cultural da empresa.

ICTQ – E como tudo isso começou?

LUIZ DONADUZZI - No final da década de 1980 iniciei as atividades na área de medicamentos hospitalares em uma pequena fábrica. Depois é que surgiu a Prati-Donaduzzi. Em 1999, quando da aprovação da Lei dos Genéricos (nº 9.787), nós nos voltamos em direção a esse incipiente mercado.

Há 23 anos, a indústria farmacêutica parecia um sonho distante. Buscamos, na construção de um modelo próprio de negócio, a gestão orientada para a valorização do trabalho em equipe, de forma a fortalecer e potencializar a contribuição e a autonomia das pessoas. Assim, a Prati é um sonho realizado.

Vale lembrar que, desde o começo de 2016, Eder Maffissoni, assumiu o comando da empresa. Atualmente eu presido o Conselho de Administração.

A empresa é destaque na produção de medicamentos genéricos, sendo a maior fornecedora para órgãos públicos no Brasil. Atualmente, emprega mais de quatro mil colaboradores e produz cerca de 12 bilhões de doses terapêuticas por ano.

ICTQ – O senhor acredita que os farmacêuticos podem ser empreendedores?

LUIZ DONADUZZI - Sempre digo que ganhar dinheiro é fácil, desde que você se prepare para isto e tenha vontade, sobretudo estudando. Não consigo ver outra forma de crescimento. O empreendedorismo começa com uma ideia. Mas há momentos em que existem gargalos e, se você não estiver preparado, estes gargalos vão limitar o seu crescimento.

O farmacêutico, sem querer generalizar, gosta da área técnica e não gosta tanto do contato humano, acha que apenas dominar o que aprendeu na universidade vai ser suficiente para ter sucesso. Para conquistar algo, além do conhecimento técnico (que é a parte mais barata) é necessário ter conhecimento de gestão. Desenvolver a liderança é o mais difícil. O farmacêutico que se dedica a fazer um mestrado, um doutorado, e que aprende na indústria terá um ótimo salário, principalmente se ele for para uma área que paga muito bem, como a inovação.

ICTQ – Mas nem todos têm esse perfil de inovação. Há outras oportunidades para o farmacêutico?

LUIZ DONADUZZI – Claro que há várias possibilidades. O profissional que montar uma farmácia no interior do Brasil e gostar de trabalhar vai se dar bem na vida e vai ter sucesso porque terá uma farmácia onde faltam farmacêuticos, como no interior. Quem tem conhecimento e vontade, vai ter sucesso. O investimento inicial não é grande. É possível que não dê certo na primeira e na segunda vez. Eu mesmo quebrei várias vezes. Tivemos de fechar umas duas vezes nossa indústria farmacêutica, mas eu persisti. O grande erro dos currículos farmacêuticos é não ter matérias sobre gestão, psicologia, formação e trabalho em equipe e liderança.

ICTQ – Se as profissionais investirem em sua formação, poderão se tornar empresários?

LUIZ DONADUZZI – Na verdade, a classe empreendedora é uma pequena parcela dos profissionais que está disposta a correr riscos e gastar energia em um projeto. Muitas pessoas preferem ficar limitadas a um salário muito ruim, que é cômodo. Pouca gente investe em si, ou seja, paga um curso de MBA ou um curso no exterior. Os farmacêuticos são pouco empreendedores. Normalmente o pessoal técnico é assim. Precisamos de gente com boas ideias.

ICTQ – O senhor é um gerador de ideias. O senhor considera que os brasileiros têm essa qualidade?

LUIZ DONADUZZI - Há uma dificuldade enorme de formar pesquisadores no Brasil. Não há muitos brasileiros com capacidade de fazer pesquisa, pois isso não faz parte de nossa cultura. Precisamos de gente que execute, que faça pesquisas, inove e que gere empregos. O farmacêutico tem que fazer pesquisas que culminem em geração de empregos de qualidade e em produtos que beneficiem a população. Só assim, depois de 20 anos, poderemos olhar pra trás e dizer que somos indivíduos realizados e que estamos cumprindo nossa missão.

ICTQ – Qual foi o seu objetivo com a doação de R$ 100 milhões à Biopark?

LUIZ DONADUZZI - Sempre pensei em criar um ecossistema de inovação para proporcionar benefícios sociais e econômicos no Oeste do Paraná, fomentando, assim, o conceito de economia empreendedora. Eu quero deixar algo como legado que beneficie a sociedade e que possa contribuir com a cultura e o desenvolvimento da região. Quero levar para a população de Toledo, e de todo o Paraná, algo que possa deixar como legado, que a sociedade possa se beneficiar, trocar ideias, realizar pesquisas, efetivar um intercâmbio multicultural de conhecimento. Foi com este pensamento que tive a ideia desse parque tecnológico. Venho estudando há alguns anos como ele poderia ser e como eu contribuiria para que ele se tornasse concreto. E essa hora chegou!

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