Entrevista com Dr. Leonardo Doro Pires

Diante de um setor otimista e das novas perspectivas relacionadas ao varejo farmacêutico, na entrevista abaixo, o Farmacêutico especialista em Gestão, Dr. Leonardo Doro Pires, professor de pós-graduação no ICTQ, oferece com exclusividade um panorama explicativo de como desenvolver um planejamento estratégico dentro das drogarias e farmácias. Confira a entrevista:

ICTQ: Qual a importância do planejamento estratégico para os negócios das drogarias?

Leonardo Doro: Com o aumento da competitividade no varejo farmacêutico e a expansão de grandes redes para as regiões não metropolitanas é fundamental que os empresários adotem um planejamento de longo prazo. Neste planejamento deve-se levar em consideração o público alvo da empresa (se a empresa pretende focar algum nicho específico como hipertensos e diabéticos), a estratégia de diferenciação dos concorrentes, plano de marketing e planejamento financeiro. É fundamental que uma drogaria defina uma “Visão”, que é uma meta de longo prazo, e crie condições para que esta meta seja atingida. É através da elaboração de um planejamento estratégico que uma drogaria irá conhecer suas capacidades e limitações e definir aonde quer chegar como empresa.

ICTQ: Qual o momento certo de fazer o planejamento estratégico?

LD: O melhor momento para o planejamento estratégico é na concepção da empresa, antes mesmo da abertura da mesma, pois o planejamento vai impactar até mesmo no ponto escolhido para instalação da drogaria, verificando a proximidade de empresas concorrentes e área de abrangência para entrega. Mas empresas que já estão inseridas no mercado também devem fazer o seu planejamento estratégico e criar cenários para o futuro, incrementar o seu negócio com a agregação de serviços e produtos. Uma dica é planejar a sistematização da Atenção Farmacêutica (AF), essa é uma atribuição exclusiva do farmacêutico que precisa do apoio do proprietário para fornecer recursos como sala específica, computadores e equipamentos para ser operacionalizada, uma drogaria que incorpora a cultura da AF observa na prática uma melhoria da qualidade de vida dos seus clientes e um aumento na taxa de fidelização, gerando um importante diferencial competitivo.

ICTQ: Que tipos de informações devem estar nesse planejamento?

LD: Este planejamento deve conter todos os pontos fracos da empresa, é importante que o empresário saiba quais são suas desvantagens em relação ao concorrente como, por exemplo, capacidade de negociação com fornecedores. O empresário deve reconhecer também seus pontos fortes, como por exemplo, o relacionamento estreito com população, mão de obra qualificada, capital de giro e localização.

Além de fatores inerentes à empresa o empresário deve preocupar-se como fatores externos, que devem ser encarados como ameaças e oportunidades. Neste ponto deve-se dar uma atenção especial à expansão de concorrentes e possíveis mudanças na legislação que rege o setor.

ICTQ: No caso de uma drogaria independente, de menor porte, como deve se dar esse processo?

LD: Uma drogaria de menor porte deve fazer um planejamento que leve em consideração um dos seus principais pontos fracos, a dificuldade de praticar os preços praticados por grandes redes. Este ponto fraco deve ser compensado por seus pontos fortes, pequenas drogarias tendem a ter maior capacidade de personalização do atendimento, maior proximidade com a população e facilidade de controlar a qualidade do serviço ofertado. O empresário deve concentrar-se no que consegue fazer de melhor e entender que quanto mais qualidade ele agregar ao seu atendimento maior será sua capacidade de fidelizar sua clientela.

ICTQ: Você poderia fornecer um passo a passo do planejamento?

LD: Um filósofo chamado Sêneca disse que “Não há vento favorável para aquele que não sabe aonde vai”. Esse é o primeiro passo e, com certeza, o mais importante, saber para onde a empresa quer ir. Podemos resumir o passo a passo da seguinte forma:

1) Definir a missão e os objetivos de longo prazo da drogaria

2) Avaliar os pontos fortes e fracos da empresa.

3) Analisar as condições externas da empresa, objetivando avaliar oportunidades e ameaças.

4) Após uma análise cuidadosa dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades o empresários deve rever os objetivos inicialmente traçados no início do planejamento.

5) Planejar a estratégia no tempo, fixando marcos a serem atingidos.

6) Realizar a estratégia.

7) Confrontar o realizado com o planejado, considerando inclusive a “Curva de Mudanças” e, se necessário, promover as ações corretivas e adequações.

ICTQ: Outras considerações?

LD: O empresário do varejo farmacêutico deve dar atenção especial à execução do planejamento estratégico, deve-se implementar mecanismos que permitam um controle periódico dos objetivos traçados, a fim de se avaliar a necessidade de mudanças durante a execução do planejamento inicial. Como o planejamento estratégico vislumbra um longo prazo, mudanças podem ser necessárias durante a sua execução, e a percepção da necessidade dessas mudanças só se dá com o acompanhamento diário do desempenho da empresa.

Fonte: ICTQ

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