A busca por procedimentos minimamente invasivos, que combinem segurança, resultados naturais e personalização, tem crescido no Brasil, o que mostra uma oportunidade importante para a atuação do farmacêutico esteta. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo da consultoria McKinsey, os procedimentos minimamente invasivos tiveram uma participação superior a 50% no mercado mundial. Nos próximos cinco anos, a expectativa é que esse mercado cresça de 12% a 14% ao ano.
E não para por ai. O Brasil ocupa a quarta posição em um ranking de países que mais realizam procedimentos minimamente invasivos no mundo, com 622.396 intervenções (4,3% do mercado). Tanto é que a beleza constitui um mercado que movimentou, na última década, mais de R$ 100 bilhões por ano, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Os números da entidade demonstram que o País não apenas desempenha um papel de destaque, como se tornou o terceiro maior da área no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e China. O setor movimentou mais de R$ 47,5 bilhões e tem perspectivas otimistas para os próximos anos. E o farmacêutico tem papel fundamental nesse segmento, considerado um dos maiores mercados do País.
“Os procedimentos injetáveis atendem a essas demandas, proporcionando rejuvenescimento, correção de imperfeições e melhoria da autoestima, sem as limitações associadas às cirurgias. Outro fator é a popularização desses tratamentos nas redes sociais, que desmistificam o processo e tornam a estética mais acessível e desejada”, afirma o professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e farmacêutico especialista em procedimentos injetáveis, Pedro Sousa.
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O professor ensina que, apesar de consagrado popularmente, o correto é, em vez de procedimentos minimamente invasivos, dizer apenas procedimentos injetáveis estéticos e, no contraponto, procedimentos invasivos. Por isso, ele explica a diferença entre eles:
Procedimentos invasivos, como cirurgias plásticas, envolvem intervenções que demandam cortes, anestesia (geral ou local) e, muitas vezes, longos períodos de recuperação. Já os procedimentos injetáveis estéticos são técnicas realizadas com o uso de agulhas ou cânulas, sem necessidade de cortes ou sedação, oferecendo menor impacto ao organismo. “Apesar de menos agressivos, eles requerem técnica apurada e profundo conhecimento da anatomia para garantir segurança e eficácia”, destaca ele.
Os procedimentos minimamente invasivos oferecem a vantagem de interferir menos na rotina dos pacientes. O tempo de recuperação costuma ser curto, com efeitos adversos limitados a pequenos hematomas ou inchaços, que desaparecem rapidamente. Além disso, os resultados podem ser percebidos de forma imediata ou progressiva, o que agrada àqueles que buscam eficiência com praticidade.
Alguns procedimentos minimamente invasivos
De acordo com Sousa, além dos procedimentos minimamente invasivos mais comuns, como o botox, peelings químicos e laser, há outros menos conhecidos, e que o farmacêutico também tem capacidade para realizá-los:
- Microagulhamento: utiliza dispositivos com microagulhas para criar microlesões na pele, estimulando a regeneração natural, a produção de colágeno e elastina. É indicado para tratar cicatrizes, melasma, rejuvenescimento e até alopecia.
- Skinbooster: consiste na aplicação de ácido hialurônico de baixa reticulação diretamente na pele, proporcionando hidratação profunda, melhora da elasticidade e revitalização. É ideal para peles desvitalizadas ou com sinais iniciais de envelhecimento.
- Carboxiterapia: procedimento em que gás carbônico é injetado no tecido subcutâneo, melhorando a oxigenação local e estimulando o metabolismo celular. É utilizado para tratar olheiras, flacidez, celulite e até estrias.
Papel do farmacêutico
“O farmacêutico tem um papel fundamental na área estética, com conhecimento técnico que garante a execução de procedimentos seguros e eficazes. A atuação exige domínio da anatomia, fisiologia e técnicas de aplicação, além de constante atualização profissional”, defende Sousa.
Afinal, ele está amparado legalmente para exercer a função. Inicialmente, uma resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a 573/2013 (suspensa neste momento) regulamentou as atribuições dos farmacêuticos nessa atividade. A norma trouxe ganhos importantes para a população, que passou a contar com a qualificação técnica e científica dos serviços prestados pelos farmacêuticos.
No entanto, é preciso uma qualificação específica para atuar na área. Embora a norma tenha sido suspensa por decisão judicial, o CFF atualizou o conjunto normativo sobre o setor, com a edição das Resoluções 645/2017 e 616/2015. Ambas reforçam que os farmacêuticos que possuem o certificado de curso de pós-graduação lato sensu reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e o registro de especialista homologado no Conselho Regional de Farmácia (CRF) de suas jurisdições estão legalmente respaldados para atuar na estética.
Sendo assim, os farmacêuticos possuem excepcional conhecimento na área clínica utilizado na terapêutica para fins de saúde estética. Além da população, ganham, também, os próprios farmacêuticos, que encontram na resolução do CFF a consolidação de um importante nicho de mercado e melhor remuneração, além de terem as suas atividades devidamente regulamentadas.
“Esse segmento é extremamente promissor e rentável, considerando a alta demanda por procedimentos injetáveis e a tendência de crescimento do mercado de estética. A combinação de habilidade técnica com um bom atendimento pode fidelizar pacientes e impulsionar o sucesso do profissional”, finaliza o professor.
Como se qualificar
Para quem quer atuar na área, o ICTQ oferece a Pós-Graduação Estética Avançada: Procedimentos, Consultório e Gestão, que aborda temas como: Cosmetologia Aplicada à Estética Facial e Corporal; Fototerapia Aplicada à Estética; Eletroterapia Aplicada à Estética; Tricologia Básica; Intradermoterapia Facial e Corporal; Procedimentos Minimamente Invasivos (Microagulhamento, Skinbooster, Carboxiterapia, Ozonioterapia, PEIM) Carboxiterapia; Harmonização Facial (Preenchimento, Toxina Botulínica, Bioestimuladores de Colágeno e Fios De Sustentação); Anatomia Facial e Corporal; Fisiopatologia das Disfunções Estéticas; Anamnese; Semiologia e Avaliação; Biossegurança, Assepsia, Esterilização e Regulamentação, entre outros
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