Quer fazer carreira na Indústria Farmacêutica? Então siga essas 9 dicas

Nos últimos meses, o Portal do ICTQ publicou uma série de reportagens sobre os requisitos que os maiores laboratórios instalados do País, brasileiros e multinacionais, aplicam na hora de contratar profissionais farmacêuticos. Reunimos nesta matéria um balanço das principais habilidades e competências que diretores de Recursos Humanos e executivos da indústria apontaram como prioridades no momento da contratação. As recomendações variam desde o que é exigido do recém-formado, passando pelas competências e habilidades individuais de quem já atua no mercado, importância da pós-graduação no currículo e conhecimento da legislação farmacêutica, até a preparação adequada para entrevista. Veja a seguir o resultado dessa avaliação.

1. Continue estudando – Essa é a principal dica fornecida pelos gestores de RH entrevistados pelo Portal do ICTQ. Todos apontaram que a qualificação contínua é um diferencial importante para o farmacêutico ganhar espaço na carreira, sobretudo se deseja atuar na indústria. Cursos de especialização e pós-graduação ligados diretamente ao setor farmacêutico e em outras áreas, como em gestão, controle de qualidade e marketing, além de idiomas, são condições que colocam o profissional um passo à frente dos demais.

“O farmacêutico que tem cursos de extensão é valorizado na companhia”, salienta Edson Bernes, diretor de Inovação Incremental do laboratório Aché. "Para cargos técnicos, especializações são bastante relevantes. Já para as carreiras de gestão é desejável que o profissional tenha cursado MBA em gestão ou em estratégia empresarial”, completa o executivo. O recém-formado deve avaliar a área / setor da indústria que mais lhe agrada e direcionar sua carreira para essa área, com cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação.

“A pós-graduação é uma excelente oportunidade de adquirir novos conhecimentos, que serão ricos para a atuação na empresa”, frisa Fernanda Jorge, gerente sênior de Aquisição de Talentos da Abbott no Brasil. Patrícia Franco, gerente de Recursos Humanos (RH) da Aspen Pharma, destaca que o farmacêutico deve estar atento para não deixar que seu conhecimento fique estagnado. “Cursos de pós-graduação são sempre bem vistos nas indústrias, especialmente nas áreas de administração e gestão de farmácia, projetos, processos e gestão de recursos.” Pós-graduação é muito importante, enfatiza a gerente administrativa e de RH do Teuto Elizabeth Junqueira. “Em todas as áreas, principalmente nas de desenvolvimento, sendo fundamental para progressão de carreira”, completa.

2. Estágio – Ele é a principal porta de entrada na indústria farmacêutica. Apesar de os laboratórios não exigirem que o estágio seja feito exclusivamente na área industrial, isso pode ser um diferencial na hora da contratação. Dos executivos entrevistados pelo Portal do ICTQ, metade deles disse preferir quem estagiou em algum momento na indústria. É o que pensa Flavia Pegorer, diretora de Qualidade da Novartis. Segundo ela, o período é fundamental para o jovem se familiarizar com o ambiente corporativo, experimentar o conhecimento adquirido na formação acadêmica e desenvolver relações. “É nessa jornada que se inicia o relacionamento com os gestores, pares e parceiros de outras áreas.”

Diones Wolfart, gerente de Desenvolvimento de Pessoas da Prati-Donaduzzi faz coro. “A participação em um estágio na indústria propícia vivência e visão sistêmica aos participantes, além de proporcionar a base de conhecimentos técnicos necessários para uma futura efetivação.” Em outra ponta, cerca de 30% dos gestores de RH entrevistados não veem o estágio industrial como decisivo. No Aché “a vivência prévia dependerá muito da oportunidade ofertada, pois caso aconteça nas áreas técnico-administrativas, como marketing, novos negócios, suprimentos, médica, a experiência no setor industrial não é relevante”, frisa Edson Bernes.

3. Jovens profissionais − A maioria dos laboratórios aposta em recém-formados ou profissionais em início de carreira. Alguns exigem alguma experiência na área industrial, outros preferem formar sua mão de obra. É o caso da Cifarma, como destaca a sua gerente de RH Jacqueline Oliveira. “A empresa acolhe com interesse farmacêuticos recém-saídos da faculdade. Podemos dizer que somos uma empresa escola porque gostamos de formar profissionais.” Contratar pessoas que ainda não possuem muita vivência corporativa é algo também incentivado pela Aspen Pharma. “Acreditamos que quando o profissional tem a oportunidade de aprender internamente está muito mais aberto a atender as necessidades da organização”, observa Patrícia Franco. Na EMS, os requisitos para jovens farmacêuticos variam conforme a vaga. Em geral, eles devem ter conhecimento nas áreas de garantia da qualidade e produção farmacêutica. “É recomendável que tenham noções de como funciona a cadeia produtiva do setor, desde o recebimento do material até a expedição do produto acabado”, assinala Tobias Henzel, vice-presidente de operações da empresa.

4. Migrar para indústria farmacêutica – Profissionais farmacêuticos que desejam mudar de área e atuar no ramo industrial não enfrentam resistência nos laboratórios, porém devem se atualizar sobre o que está acontecendo no setor. “As portas da empresa não se fecham para profissionais de outras áreas, desde que eles estejam em dia com o que acontece na indústria farmacêutica e com a legislação, revela Neide Cardoso Silva, gerente executiva de RH da Cimed. Trocar de área também não é um problema na Aspen Pharma, como destaca Patrícia Franco. “Para o farmacêutico já atuante no mercado que deseja trabalhar na indústria não é mandatório ter experiência no setor”, revela. “Dependendo da área e da posição almejada, diferentes requisitos técnicos, conhecimentos e habilidades serão solicitados – seja para um profissional experiente ou alguém ingressando agora na indústria, acrescenta Maria Lamin, diretora de Desenvolvimento de Talentos da Sanofi.

5. Competências exigidas – Cada vaga na indústria tem suas particularidades e exige profissionais com conhecimentos técnicos específicos ou que tenham um perfil de gestão. “É imprescindível que o candidato tenha a percepção do seu conhecimento e qual área de atuação deseja desenvolver sua carreira profissional, para que seja assertivo na hora de se candidatar a uma vaga”, enfatiza Ivonete do Carmo, analista de RH da Geolab. “Para cada posição na empresa é elaborado um conjunto de requisitos, composto por conhecimentos técnicos, competências comportamentais e experiência prática”, adiciona Mikiko Inoue, vice-presidente de RH da Eurofarma. De acordo com Edson Bernes, do Aché, o farmacêutico é um profissional multifacetado e essa formação vem desde a academia. “Contudo, a característica que se busca dele vai depender muito da área de atuação na indústria. De forma geral, quanto mais completo for o conhecimento que o farmacêutico possuir, melhor. A especialização para as áreas técnicas é sempre muito bem-vinda.”

6. Habilidades necessárias – “O farmacêutico não precisa atuar necessariamente em áreas técnicas, e as habilidades variam de acordo com a dinâmica do setor”, pondera Maurício Christovam, diretor de RH da Hypera Pharma. Segundo ele, o profissional que atua com pesquisa e desenvolvimento de produtos deve possuir perfil mais técnico, já o farmacêutico que opera no marketing ou no comercial está inserido em ambiente dinâmico e multidisciplinar e precisa ter conhecimentos relacionados a essas áreas. Para Tobias Henzel, da EMS, o conhecimento específico é sempre desejável, “mas os colaboradores que se adaptam a diversas áreas e tarefas são os que mais se enquadram aos processos industriais modernos. Procuramos cada vez mais por profissionais multitarefas”. De acordo com Edson Bernes, características multidisciplinares e um pouco mais holísticas são buscadas principalmente em profissionais que trabalham nas áreas de marketing, negócios e gestão de áreas técnicas.

7. O perfil comportamental conta muito − Os profissionais que atuam na indústria devem ter agilidade, boa convivência com diversos públicos e comprometimento com a empresa, dizem os gestores de RH. “Inteligência emocional, flexibilidade e bom relacionamento interpessoal contam pontos importantes para o profissional. Assim como saber atuar em equipe e ser um hábil negociador, no sentido amplo do termo, afirma Jacqueline Oliveira, da Cifarma. Na indústria é fundamental entender que todos os setores estão integrados e dependem uns dos outros. Sendo assim, os profissionais devem ter proatividade, energia para o trabalho, empatia, criatividade, agilidade e habilidade no trabalho em equipe. Segundo Edson Bernes, é imprescindível que o farmacêutico tenha senso de urgência, saiba fazer acontecer e apresente força de realização, além de ter flexibilidade quanto à diversidade de opiniões e disponibilidade em aceitar ideias de outras pessoas. “Exercer a criatividade e ao mesmo tempo seguir processos estabelecidos são requisitos importantes, assim como ter a mente aberta e ser sincero no convívio profissional”, esclarece.

Na Idealfarma, comprometimento e espírito empreendedor contam pontos. Quem deseja trabalhar na companhia deve buscar sempre o novo, ser ágil e criativo”, revela Célia Gomes Costa, coordenadora de RH da empresa. “É extremamente importante que os farmacêuticos estejam aptos a tomar iniciativas rápidas, por meio da administração dos recursos materiais e físicos que possui”, adiciona Patrícia Franco, da Aspen Pharma. “Outra habilidade importante é buscar o conhecimento do negócio para atuar de forma preventiva”, completa. Na Abbott, há farmacêuticos em diversas posições, níveis e setores, desde analistas até executivos. “A companhia busca profissionais que tenham flexibilidade para atuar em diferentes situações e um perfil inovador”, frisa Fernanda Jorge. Tobias Henzel, da EMS, é enfático. “As aptidões mais procuradas no profissional farmacêutico são: boa comunicação, negociação, liderança e foco.”

8. Legislação – Estar sintonizado com a legislação é outro tema que foi destacado por quase todos os gestores de RH entrevistados pelo Portal do ICTQ. “A atualização de conhecimentos é imprescindível, seja sobre legislação, normas ou demais conteúdos que interfiram na atuação da indústria farmacêutica, principalmente com visão sistêmica e uso prático”, revela Diones Wolfart, da Prati-Donaduzzi. Mais importante até do que saber a regra é conhecer profundamente os princípios, na visão de Flavia Pegorer, da Novartis. “As normas são geradas para proteger o paciente e estão diretamente ligadas às boas práticas de fabricação da indústria. É fundamental que o farmacêutico tenha conhecimento e faça as conexões com o dia a dia, mantenha-se atualizado sobre as novas publicações e tenha entendimento do seu papel para cumprimento das normas”, esclarece.

De acordo com Neide Cardoso Silva, da Cimed, é imprescindível que o profissional esteja sempre bem atualizado, sobretudo “tendo em vista o elevado grau de renovação das normas que acontece no Brasil”. Guilherme Krugger, diretor industrial da Natulab, segue na mesma linha e acrescenta. “A legislação que regula o nosso setor muda constantemente e o profissional precisa estar antenado, mas a vantagem é que o acesso às informações ficou muito fácil com a internet e outros meios de comunicação.” Já Edson Bernes, do Aché, lembra que o conhecimento de hoje não se aplica às necessidades do futuro. “Assim, ter capacidade de influenciar e participar da construção das legislações é algo bastante valorizado no profissional.”

9. Momento da entrevista – Além de comprovar os conhecimentos adquiridos, o profissional deve mostrar ao recrutador desenvoltura, interesse e disposição, bem como seus princípios, dizem os gestores de RH. “Valores e fatores comportamentais são fundamentais para assegurar uma jornada de sucesso”, salienta Flavia Pegorer, da Novartis. Outras recomendações importantes:

  • Antes de ingressar em um processo seletivo, observe as responsabilidades e requisitos que acompanham a descrição da vaga para entender o que a companhia busca. Evite enviar currículo para qualquer coisa, isso desvaloriza o profissional
  • Conhecer-se: o profissional deve saber quais são seus pontos fortes e os que precisam melhorar
  • Ter objetivos de carreira claros e traçados, para que a candidatura esteja de acordo com seus planos. É nesta empresa que você gostaria de trabalhar? Por quê?
  • Preparar-se para as entrevistas – inteirar-se sobre o setor de atuação e a empresa almejada. Esteja alinhado à filosofia e aos valores da companhia
  • Ser autêntico durante o processo seletivo – possuir postura e discurso sinceros e coerentes
  • Demonstrar engajamento e responsabilidade com a execução do seu papel. Se tiver participado de cases de sucesso eles devem ser apresentados na entrevista
  • Para os recém-formados, os estágios realizados, participações no centro acadêmico, trabalhos voluntários, apresentação ou publicação de trabalhos acadêmicos são diferenciais para destacar na entrevista
  • Buscar referências em sua vida profissional que demonstrem proatividade e capacidade de trabalhar em grupo
  • Clareza nas ideias e capacidade de raciocínio lógico são avaliadas. Ser conciso nas respostas do entrevistador conta pontos
  • Pontualidade é fundamental. Se possível, chegar com antecedência de 15 minutos para ter tranquilidade e se concentrar para iniciar o processo

Saiba mais sobre como desenvolver uma carreira na Indústria Farmacêutica. Assista o vídeo.

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