A nova novela da Rede Globo, Três Graças, trouxe para o horário nobre um tema que causa preocupação no setor de saúde: a falsificação de medicamentos e sua suposta distribuição por farmácias. Embora a trama seja uma obra de ficção, o enredo tem potencial de gerar polêmicas e interpretações equivocadas sobre a atuação das farmácias e dos profissionais farmacêuticos no Brasil, que diariamente trabalham para garantir a segurança e a eficácia dos medicamentos que chegam à população.
É importante reforçar que a narrativa exibida na televisão não reflete a realidade do setor farmacêutico brasileiro, altamente regulado e supervisionado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelos Conselhos Federal e Regionais de Farmácia (CFF e CRF). Toda farmácia regularizada no país está sujeita a rígidos protocolos de controle, rastreabilidade e auditoria, que tornam praticamente muito difícil a entrada de medicamentos falsificados em seu estoque.
Ao mesmo tempo, o debate levantado pela ficção é uma oportunidade para reafirmar o papel central do farmacêutico como guardião da saúde pública. Esse profissional está na linha de frente da dispensação responsável, garantindo que apenas produtos seguros, registrados e armazenados sob as condições corretas cheguem aos pacientes.
Na novela, a falsificação é tratada como parte de um esquema criminoso que envolve farmácias e distribuidores, o que pode gerar insegurança em parte da população. No entanto, o farmacêutico tem o dever (e agora também a oportunidade) de esclarecer que essa situação não condiz com a realidade e de reforçar que a grande maioria do comércio legal de medicamentos no Brasil segue padrões rigorosos de qualidade e conformidade.
Farmacêutico é o elo de confiança entre medicamento e paciente
A classe farmacêutica desempenha um papel essencial na proteção da sociedade contra os riscos associados a produtos falsificados. Além da responsabilidade técnica pela dispensação, o farmacêutico é o profissional habilitado a identificar suspeitas de irregularidades, acionar as autoridades competentes e orientar o público sobre o consumo consciente de medicamentos.
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No contexto atual, em que informações circulam rapidamente pelas redes sociais, cabe ao farmacêutico atuar também como agente de educação sanitária, esclarecendo à população que o conteúdo da novela é uma dramatização, e não uma representação do cotidiano das farmácias brasileiras. É por meio desse diálogo transparente e educativo que o profissional reforça sua credibilidade e o compromisso ético que sustenta a profissão.
Combater a falsificação é missão conjunta
A falsificação de medicamentos é um crime grave, com impacto direto sobre a saúde e a vida das pessoas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% dos medicamentos comercializados no mundo são falsificados, principalmente em países com sistemas de controle fragilizados. O Brasil, porém, se destaca por possuir uma das legislações mais robustas e mecanismos de fiscalização mais avançados da América Latina.
Ainda assim, é fundamental que a sociedade compreenda que o combate à falsificação é uma missão conjunta entre as autoridades, a indústria, as distribuidoras e, sobretudo, os farmacêuticos. Cada elo dessa cadeia atua de forma integrada para garantir que o paciente tenha acesso apenas a produtos legítimos, eficazes e seguros.
Por isso, ao assistir a uma ficção como Três Graças, é importante que o público enxergue a diferença entre o entretenimento e a realidade. A atuação do farmacêutico não se resume à venda de medicamentos: ela envolve vigilância sanitária, ética profissional, responsabilidade técnica e compromisso com a vida.
Mais do que nunca, é hora de o farmacêutico assumir o protagonismo no esclarecimento público, reforçando a confiança nas farmácias regulares e lembrando que, por trás de cada medicamento seguro, existe o trabalho de um profissional comprometido com a saúde da população.
É, ainda, essencial deixar claro que a falsificação de medicamentos é crime e ameaça à saúde pública, como prevê o Código Penal Brasileiro, Art. 273.
Capacitação farmacêutica
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- Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica
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- Farmácia Clínica em Cardiologia
- Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica
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