Em todo o mundo é fundamental o investimento na agregação de conhecimento, de tecnologia e de inovação para aumentar a competitividade nas indústrias farmacêuticas. A produção de medicamentos é um fator de desempenho econômico importante, mas o real valor desse mercado, principalmente nos países desenvolvidos, é o de reduzir os gastos com saúde, inclusive com medicamentos, e assegurar o acesso geral da população aos tratamentos de forma racional.
É claro que toda empresa visa ao lucro, no entanto, a contribuição da indústria farmacêutica vai além da esfera comercial e resvala fortemente na esfera social. Para isso, toda a cadeia depende da inovação tecnológica de seus produtos por meio de melhoria de processos que conduzam à produção de fármacos de alto valor agregado e que gerem benefícios primordiais aos usuários, como qualidade e preço mais acessível.
Feiras mostram poucas inovações
Analisando os eventos farmacêuticos mundiais é possível afirmar que as empresas de tecnologia farmacêutica, de modo geral, agregam pequenas inovações a equipamentos e processos já existentes, gerando muito pouco impacto no processo produtivo de medicamentos. O que não promove, no final, inovações revolucionadoras em termos de qualidade e preço do produto para o consumidor.
De qualquer modo, esses eventos globalizados, que concentram os players de tecnologia farmacêutica industrial, agregam conhecimento ímpar aos participantes.
O ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico esteve presente na maior feira de biotecnologia mundial – a Interphex -, em Nova Iorque (EUA), e também esteve presente na FCE Pharma, principal e mais completa feira para a cadeia produtiva da indústria farmacêutica na América Latina.
Na Interphex, uma novidade que chamou a atenção do visitante que trabalha em ambiente de controle de qualidade e produção, foi a máquina automática de colocação de pro-pés, as sapatilhas descartáveis, que funciona sem a necessidade de utilização das mãos. Na máquina, basta o indivíduo colocar os pés no dispositivo que ele já sai calçado com a devida proteção, gerando assim uma economia de tempo no processo de preparação para entrada nas áreas limpas da indústria.
Já na FEC Pharma, que aconteceu em maio de 2015, em São Paulo (SP), um dos destaques ficou por conta das soluções inéditas de rastreamento de medicamentos, que pretendem por fim na falsificação de produtos, desvios de cargas que geram pontos de venda informais e outros problemas, como o impacto na segurança do paciente e na integridade das marcas de laboratórios e farmácias.
Apesar da ausência de grandes inovações que revolucionem o processo de produção de medicamentos, impactando o consumidor final, o mercado farmacêutico segue em expansão no mundo, especialmente no Brasil.
Até 2016, a IMS Health acredita que o Brasil passe a ocupar a 4ª posição do ranking de mercados mundiais, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Ainda segundo a análise feita pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfama) os principais países emergentes serão responsáveis por 28% das vendas globais de produtos, enquanto os demais apresentarão queda. Em 2005, os Estados Unidos eram responsáveis por 41% e, em 2015, esse índice deve chegar a 31%. O mesmo acontece com a Europa, que estava em 27% e alcançará 19% neste ano.